PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Opinião de José João Torrinha
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Saudades. As saudades que eu tinha de ver a nação vitoriana sair do estádio com aquele brilho no olhar. De ver uma equipa em campo que dá tudo o que tem e o que não tem até ao limite das forças de cada um dos que bravamente defendem as nossas cores. De ganhar a um dos clubes do regime. De ouvir aquele cântico que é o mais simples e ao mesmo tempo o mais bonito de todos e que traz à memória os meus tempos de menino: “Vitória! Vitória!” Quando perto dos noventa esse grito ecoou na bancada, senti que já ninguém nos ia roubar aquele triunfo.
Há um mérito que ninguém pode negar ao míster Álvaro Pacheco: em três tempos ele curou aquela que era a nossa principal debilidade: a falta de crença nas nossas próprias capacidades. A equipa transfigurou-se mentalmente e ontem deu um recital de força anímica. Não é para qualquer um defrontar o líder do campeonato, estar na frente duas vezes e por outras duas deixar fugir a vantagem e ainda assim conseguir ir ao terceiro golo. Só uma equipa com uma saúde de ferro pode conseguir isso.