Sporting e FC Porto não tinham vencido na jornada anterior e desta vez foi o Benfica a escorregar, mas o fosso para a concorrência continua a aumentar
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Numa altura em que a centralização dos direitos televisivos continua na ordem do dia, com a generalidade dos clubes a suspirarem pela chegada dessa data mágica, à espera que daí resultem proveitos financeiros significativos que possam conduzir ao tão propalado aumento da competitividade do futebol português, o nosso campeonato teve mais uma jornada que revela, precisamente, que as assimetrias entre os grandes e os restantes são cada vez maiores. O Benfica até tropeçou na Vila das Aves, uma semana depois do Sporting ter perdido em Moreira de Cónegos e o FC Porto ter escorregado em Famalicão, mas esses deslizes oferecem uma falsa sensação de equilíbrio, facilmente comprovada pela classificação atual.
O Sporting caminhava alegremente para a provável revalidação do título até chegar o Manchester United e levar Rúben Amorim de Alvalade para Old Trafford, caindo a pique depois da entrada ao serviço de João Pereira; o FC Porto deu alguns sinais de crise que conduziram a um quadro de forte contestação a Vítor Bruno, mas apresenta melhoria dos sintomas (e dos resultados); o Benfica subiu de rendimento com Bruno Lage e aproximava-se claramente dos concorrentes de sempre, tendência para confirmar já amanhã, quando realizar o jogo em atraso na Choupana, frente ao Nacional. O quadro não era perfeito para os três grandes, fruto de alguns tropeções, mas essas pedras que vão surgindo parecem ser apenas areias na engrenagem, uma vez que o desnível para os demais participantes continua a ser bem evidente. O Santa Clara, quarto classificado, perdeu-se nas curvas até Arouca e se as águias vencerem o referido desafio que vai acertar as contas do campeonato, o fosso entre os três da frente e o mais direto perseguidor vai passar a ser de sete pontos. E nem ao final da primeira volta chegamos...
Quem poderia estar mais acima são Braga e Vitória de Guimarães, mas os percursos europeus parecem ser obstáculos no caminho interno. Ainda assim, conseguiram evitar derrotas nesta ronda 14, recuperando de desvantagens de dois golos.
Em jornada de estreia promissora de Hugo Oliveira no comando do Famalicão, arrancando um empate a três golos em jogo diabólico na Pedreira, realce para a vitória do Nacional que permitiu aos insulares saírem dos lugares de despromoção, onde a luta está bem mais acesa, com o Arouca a entregar a lanterna vermelha ao Farense. Estrela da Amadora, Aves SAD e Boavista ainda respiram à tona, mas ninguém pode dizer que vai passar o Natal sossegado.