Dois erros em dois minutos custaram ao FC Porto dois pontos, depois de um jogo em que foi quase sempre melhor que o Sporting. A concentração não pode ter pausas quando há Gyokeres em campo
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Se eram necessárias mais provas da influência de Gyokeres no futebol do Sporting, o jogo de ontem tratou de as proporcionar. Houve um antes e um depois do sueco ter entrado em campo. O antes foi todo do FC Porto que ficou a dever a si próprio não chegar ao intervalo com uma vantagem ainda mais confortável do que os dois golos marcados por Evanilson e Pepê. Francisco Conceição chegou a ter a tranquilidade nos pés, mas faltou discernimento para fazer a melhor escolha num lance em que Pepê estava sozinho, com a baliza dos leões escancarada à sua frente. Durante esse período, sem a sua principal referência de ataque, o Sporting foi uma sombra de si próprio, incapaz de carburar no ataque e surpreendentemente permeável na defesa. Uma fragilidade que os dragões não conseguiram explorar até ao limite, expondo-se àquele par de baldes de água fria que Gyokeres lhes despejou na cabeça em cima do final do jogo.
Ora, sendo o empate, até pela forma como foi alcançado, naturalmente mais doloroso para o FC Porto, sobram ali algumas boas notícias, como a que resultou da exibição de Martim Fernandes com a promessa que encerra de futuro. Para o Sporting, o empate permite uma ligeira aproximação do Benfica, sem colocar em causa o conforto da vantagem na frente nem beliscar a confiança da equipa, até pela forma como foi alcançado. O título continua à mão de semear, sobretudo se Gyokeres não tiver de ficar muitas mais vezes no banco. De resto, Sérgio Conceição certamente não se importaria de ver o sueco pelas costas no jogo da final da Taça, mas essa é uma outra história.