Vencer a Supertaça é bom, mas também perigoso: dá vontade de tirar conclusões para a época inteira em 90 minutos. O Benfica foi melhor, Pavlidis resolveu, mas calma
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Vencer a Supertaça tem sempre um risco: o risco de serem retiradas, de 90 ou mais minutos, conclusões para uma época que está a começar. O que não é um risco é concluir que o Benfica mereceu a festa que fez no Algarve, ainda que os confetes e o champanhe — aconselha a prudência — não devam tolher todas as análises, nem levem a concluir que tudo ontem foram virtudes. Ainda assim, o Benfica mereceu festejar porque foi, regra geral, melhor do que o adversário, sendo um exercício fácil apontar aqui e acolá um erro clamoroso a defender — o golo anulado, por exemplo —, ou uma ou outra má decisão ao atacar. Ainda assim, foi mais forte, e a vitória que lhe permitiu empatar o Sporting na tabela de Supertaças oficiais foi tão justa como foi de inteira justiça que o golo decisivo tenha sido marcado por Pavlidis. Lá está, no verão passado — e até um pouco mais —, o mesmo Pavlidis não parecia tão bom como aquele que ontem foi um pesadelo para Gonçalo Inácio, em especial.
Ou seja, talvez seja cedo para pensar que Luis Suárez tem de ser mais do que tentativas de assistências com toque de calcanhar, ou que Barrenechea é da fibra dos que metem a cabeça onde outros hesitam em colocar o pé. Pode ser que seja, mas um jogo oficial, o primeiro, talvez seja pouco. Porque, se um jogo contasse a história de uma época, a pré-época de Benfica e Sporting — dentro e fora do campo — teria levado a antever uma vitória mais fácil do Benfica. O que não sucedeu, porque um, até dois jogos, são pouco para anunciar certezas. Recorde-se, por exemplo, as conclusões tiradas da Supertaça da época passada.