A Seleção que nos emociona

1- No domingo passado, em casa de um bom amigo, dei connosco vidrados na transmissão do último jogo de Portugal no Mundial de râguebi. A oferta de futebol era muita, e era boa, aquele jogo dos “Lobos” já não decidia nada quanto a uma possível continuidade da seleção na prova, mas a emoção do duro e memorável confronto com a Ilhas Fiji não nos permitiu mudar de canal. Há muito que não me emocionava tanto a ver um jogo de uma seleção de Portugal. Obrigado, campeões!

2 - Para além de tirar o chapéu aos “Lobos”, que fizeram um Mundial extraordinário, tenho de realçar o notável trabalho das equipas de arbitragem que vemos atuar em França: o acerto das decisões do videoárbitro, a oportunidade da transmissão dos áudios em direto, a pedagogia - em vez do autoritarismo - com que os árbitros pautam as suas inúmeras intervenções e, não menos surpreendente para quem está habituado a ver futebol, a forma como os jogadores respeitam as suas decisões. 

3 - Arrasando o Apollon, em Chipre, por largos 7-0, a equipa de futebol feminino do Benfica está com os dois pés na fase de grupos da Champions. É a terceira época consecutiva a este elevado nível. Que bom seria se esta senhora equipa pudesse disputar na Catedral os três jogos da fase de grupos a realizar em casa. Contem comigo em todos eles. 

4 - Pior do que o árbitro ignorar uma chapada de Diogo Costa num jogador do Portimonense (igual à que penalizou Trubin com penálti no jogo contra o Salzburgo), pior, escrevia, é o VAR fazer de conta que não se passou nada - estaria a gozar de uma gostosa sesta? Contudo, por difícil que seja imaginar, o lance originou uma situação ainda mais escandalosa: na sua longa transmissão, com múltiplas câmaras à disposição, a Sporttv não mostrou se não o ângulo em que mais difícil é observar a inquestionável falta.

5 - Olho, curioso, para o relatório e contas da SAD do FC Porto, com um prejuízo de quase 48 milhões de euros, e concluo pelo orgulho que tenho nas contas da SAD do Benfica; depois, analiso o relatório e contas da SAD do Sporting, que apresenta o maior lucro de entre as três, e não consigo abstrair-me dos perdões bancários de que foi, ou vai sendo, exclusiva beneficiária, e, mesmo reconhecendo que temos muito a melhorar, volto a orgulhar-me das nossas contas.

6 - Com cerca de um quarto do campeonato disputado, o Benfica tem os mesmos exatos pontos que tinha conquistado na época passada frente aos mesmos adversários nos mesmos campos: 21. A Champions não está a correr-nos bem, nada bem, é verdade, mas vejamos: o que fez, esta época, o FC Porto? Perdeu todos os jogos de maior grau de dificuldade que disputou, dois com o Benfica e um com o Barcelona; e o imparável Sporting? Não ganhou nenhum dos seus: empatou em Braga e perdeu com a Atalanta em Alvalade. A crise do Benfica é tramada!