A oportunidade de ser líder isolado da I Liga, como não era há 974 dias, revelou-se uma rampa demasiado inclinada para um FC Porto que parece ter medo de dar a mão à felicidade
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A oportunidade de ser líder isolado da I Liga deveria ter sido uma espécie de 12.º jogador do FC Porto que este domingo entrou para o que faltava do jogo com o Nacional. A realidade foi outra, confirmando a perceção deixada pelos 15 minutos de 3 de janeiro. Apesar do nevoeiro da altura, ficara claro que a equipa da casa entrara melhor e fora até a única a rematar à baliza nesse período.
Os dias passaram, o sol brilhou, mas o FC Porto não mudou. Piorou. O que levanta um mar de questões, muitas delas incapazes de serem respondidas por quem só pode julgar de fora. Fica, todavia, a ideia de uma equipa que se assusta quando a importância da tarefa aumenta. A tarefa cresce e a equipa parece diminuir-se ao ponto de ter passado totalmente ao lado das duas partes da primeira parte da Choupana. Mau, para quem poderia ser líder. Expectável para quem venceu apenas um dos últimos sete jogos disputados fora do Dragão. O Nacional teve a sua quota parte de culpa, porque jogou quase sempre melhor. A 3 de janeiro e nove dias depois. Mas, numa altura em que o mercado de transferências vai agitar águas por todo o lado, o FC Porto poderia “tranquilizar-se” numa liderança que desconhecia há 974 dias. Perdeu e meteu-se no olho do furação de onde terá de sair com um urgente regresso às vitórias. E, não menos importante, com exibições que afastem, de uma vez por todas, este fantasma que paira sobre uma equipa que parece ter medo da felicidade.