Reveladas as conclusões da auditoria às contas do FC Porto, com detalhes de levar as mãos à cabeça, é tempo de juntar os cacos e deitar mãos à obra em busca de estabilidade financeira sem esquecer o que os sócios mais querem: ganhar.
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Quando André Villas-Boas assumiu o desafio de ser candidato às eleições do FC Porto sabia bem ao que ia. Não tinha certezas absolutas relativamente à situação financeira da SAD, mas tinha noção de que o cenário não era bonito, por tudo quanto tinha vindo a público e, de resto, assumido pela anterior administração. Fez-se ao caminho e convenceu os sócios com uma campanha eleitoral que oferecia aquilo que muitos desejavam: a mudança, fazendo prevalecer o discurso da transparência.
Cumprindo a promessa, em maio arrancou com uma auditoria forense independente. Todos os processos foram vasculhados, as contas foram passadas a pente fino e cuidadosamente analisadas, até que chegam agora as conclusões que todos já esperavam e temiam: o caos entrou mesmo nos gabinetes do Dragão sem pedir licença. Perdas superiores a 5 milhões de euros relativos a bilhetes que foram parar às mãos dos Super Dragões, cujos membros e familiares dos mesmos terão viajado, com recursos do clube, a países como Cuba, Tanzânia ou Maldivas, são alguns dos pormenores agora revelados, mas também estão reportadas comissões que ultrapassam valores praticados no mercado, em prejuízos que ascendem a 50 milhões, ou ainda despesas de representação sem justificação, como refeições, viagens ou até contas de relojoaria e joalharia.