Vítor Bruno tem o respaldo da Direção portista, que sabe melhor do que ninguém as dificuldades com que lida. Há ainda fatores como a juventude do plantel, mas no futebol só vitórias dão paz de espírito
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Os desígnios do futebol, ao contrário de outros, são tudo menos insondáveis - há a bola que bate no poste e entra e a outra que bate mas não entra, provocando todo o tipo de consequências, desde tremeliques a cataclismos de proporções difíceis de imaginar no momento de planificar temporadas, tanto na vertente desportiva como na económico-financeira. Quantos dos chamados projetos ruíram ou, no mínimo, sofreram fortes reveses por culpa dessa bola que ressalta para o lado errado do poste? E, pelo contrário, quantas histórias se conhecem de diferenças pontuais perdidas por uns e ganhas por outros que alteraram destinos de campeonatos que pareciam entregues?
Beleza e drama, no futebol e na vida, andam de mãos bem dadas, mas no primeiro há menos espaço para hesitações - e certamente menos tolerância! Da mesma maneira que em equipa que ganha não se mexe, o contrário também parece óbvio. Se três derrotas consecutivas, incluindo uma competição perdida, a Taça, são pesadíssimas para um clube como o FC Porto, uma quarta, além de colocar em risco a continuidade na Liga Europa, poderia até nem culminar com a dispensa do treinador Vítor Bruno mas certamente deixá-lo-ia e à administração dos dragões no fio de uma afiadíssima navalha. Daí a importância acrescida do resultado na deslocação a casa do Anderlecht, onde aos jogadores portistas compete mostrar pundonor, para além das capacidades técnicas, porque também a sua competência está em causa. Por vezes, e quem sabe seja assim, é nas situações-limite que vem ao de cima o melhor de cada um.