João Neves jura que lhe custou sair da Luz, mas para bem dele e do clube aceitou a oferta do PSG. Gonçalo Borges prefere ficar para vingar no Dragão, mesmo tendo a SAD concordado com a proposta do Estrasburgo. Todos parecem ter razão.
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O futebol dá muitas voltas e há oportunidades que só aparecem uma vez na vida. Assim terá pensado João Neves, que aos 19 anos e depois de uma época e meia em grande destaque na equipa principal do Benfica foi transferido para o Paris Saint-Germain a troco de 60 milhões de euros. Um excelente encaixe para os encarnados, ainda que vejam partir a verdadeira joia da coroa. Quase em simultâneo, Gonçalo Borges recebeu uma proposta do Estrasburgo, um negócio que iria garantir ao FC Porto nove milhões de euros, verba incomparavelmente inferior mas que seria uma lufada de ar fresco para os depauperados cofres da SAD dos azuis e brancos. Neste caso, porém, o jogador manifestou aos dirigentes a vontade de continuar, revelando fortíssima convicção de que este ano pode, finalmente, vingar de dragão ao peito e lançar em definitivo uma carreira que tem tudo para alcançar um patamar elevado, quando conta 23 anos de idade.
Embora bem diferentes, as duas perspetivas são legítimas. O médio sente-se capaz de abraçar o tremendo desafio no PSG e o extremo prefere abdicar do salto salarial imediato para potenciar as qualidades num contexto desportivo mais aliciante. Os clubes também entram na equação e nos dois casos, mesmo incomparáveis em termos económicos, existe lógica nas posições assumidas: o Benfica lucra imenso com um produto da casa e o FC Porto quer aproveitar uma oportunidade de garantir bom proveito com um ativo que, verdadeiramente, nunca se assumiu como um titular indiscutível da equipa. Só o tempo dirá se as apostas foram as acertadas.