Quarta etapa ligou Plasencia a Pico Villuercas, numa extensão de 170,5 quilómetros
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Fugitivos com 01m16s de vantagem.
1.º Primoz Roglic (Red Bull-Bora-Hansgrohe)
2.º Joao Almeida (UAE Team Emirates), a 8s
3.º Enric Mas (Movistar), a 32s
4.º Antonio Tiberi (Bahrain Victorious), a 38s
5.º Lennert van Eetvelt (Lotto Dstny), a 41s
A primeira etapa de montanha da Volta a Espanha, com final no Pico de Villuercas, deu preciosas indicações para o que pode ser a corrida. Primoz Roglic, pela forma como atacou e ainda teve forças para sprintar no final, mostrou-se como grande favorito a um quarto triunfo na Grande Volta espanhola. João Almeida, sendo de longe o melhor da UAE Emirates, vai assumir a liderança da equipa e surge como grande rival do esloveno.
Os dois primeiros estão separados por 8 segundos e o terceiro, agora Enric Mas, da Movistar, já surge a 32 segundos, estando Antonio Tiberi a seguir, a 38s.
O português ainda conseguiu sprintar para o terceiro posto, reforçando a sua posição inédita da geral, o segundo posto a 8 segundos de Roglic. Veja a classificação da etapa:
1.º Primoz Roglic (Red Bull-Bora-Hansgrohe)
2.º Lennert van Eetvelt (Lotto Dstny)
3.º João Almeida (UAE Team Emirates)
4.º Enric Mas (Movistar)
5.º Felix Gall (Decathlon AG2R La Mondiale)
Primoz Roglic ganhou a quarta etapa, batendo Van Eetvelt em cima do risco, e sobe à liderança da Volta a Espanha, com João Almeida a ser o novo segundo classificado.
Mikel Landa junta-se aos seis da frente, que se atacam de forma desenfreada a 500 metros do fim.
A 1,4 km da meta o português junta-se ao grupo de Roglic, que passa a ter seis elementos. A vitória na etapa ditará o líder da Vuelta, entre Almeida e Roglic!
Roglic termina a fase mais dura na dianteira, sempre seguido por Mas e Eetvelt. Almeida persegue sozinho, com 100 metros de atraso.
Primoz Roglic, seguido por Enric Mas e Van Eetvelt, apanha Gall e forma um quarteto na frente, a 2,6 km. Almeida persegue no grupo seguinte.
Felix Gall, da Decathlon-AG2R, ataca a 3,8 km do final e ganha alguns metros a um pequeno grupo. Almeida segue entre os primeiros, o seu colega Adam Yates atrasa-se e faltam 3 km.
A Red Bull-Bora dita o ritmo a 4 km do fim, numa zona de 17% com péssimo piso, e o pelotão parte em pequenos grupos. Almeida aguenta entre os da frente.
Pavel Sivakov, colega de Almeida, ensaia um ataque a 4,8 km do alto, ultrapassa os dois fugitivos e obriga a Red Bull-Bora a perseguir.
A UAE Emirates aparece finalmente na frente do pelotão, puxando com Jay Vine e tendo João Almeida protegido atrás do australiano. A corrida entra nos últimos 5 km, os mais duros.
Há várias equipas a ditar um ritmo alto, destacando-se a Lidl-Trek entre elas, e a 6 km da meta a fuga está quase anulada.
Os 14,6 km do Pico Villuercas são suaves na primeira metade, mas quando se entrar nos últimos cinco quilómetros a história da corrida mudará. Ao longo de três quilómetros a inclinação é de 15%, chegando aos 17%. O acesso à meta será mais simples (5%) e poderá permitir recuperações.
Pelotão a 01m15s dos fugitivos.
1. Pablo Castrillo (Kern Pharma), 20pts
2. Bruno Armirail (Groupama-FDJ), 17pts
3. Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck), 15pts
4. Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), 13pts
5. Edward Planckaert (Alpecin-Deceuninck), 10pts
Com pouco mais de 80 quilómetros para o final, os fugitivos levam já menos de dois minutos de vantagem para o pelotão.
Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike), vencedor da última edição, admite que este ano está em posição diferente: “Deu motivação extra termos a camisola vermelha e um triunfo de etapa. Foi um bom início em Portugal. Este ano vão estar de olho em mim se tentar fugir. Hoje é o primeiro teste, ganhando ou perdendo tempo ainda haverá muita corrida, muitas etapas duras, mas esta é uma subida em que ninguém se poderá esconder, sobretudo na parte mais dura. Vai ser um bom indicador”.
A 29 km do final, Bruno Armirail (Decathlon AG2R) e Pablo Castrillo (Kern Pharma) isolaram-se na frente, tendo 2m25s de vantagem para o pelotão.
Primoz Roglic (Red Bull-Bora-Hansgrohe), maior candidato a vestir hoje a camisola vermelha, analisou a etapa antes da partida: “Estou na boa direção. Ainda sinto a lesão nas costas, mas estou bem. Veremos hoje, quando puxar a sério, como vou reagir. Com uma subida tão inclinada, talvez seja melhor nem saber... Vai ser preciso ter pernas, apenas isso”.
Bruno Armirail (Decathlon AG2R La Mondiale) venceu a subida de terceira categoria ao Puerto de Miravete e lidera a classificação da montanha quando os corredores já se dirigem para a última e decisiva subida do dia, o Pico de Villuercas, de primeira categoria.
São 3 minutos e 16 segundos de vantagem a 43 quilómetros da meta.
Cinco corredores que lideram a corrida aumentaram a vantagem em alguns segundos, estando o pelotão a 2min10s. Faltam 56 quilómetros para o final.
Estão 38,4 °C na zona onde os ciclistas estão a correr. A velocidade média da prova é de 40,8 km/h.
Faltam 71 quilómetros para a meta.
Com 90 quilómetros para percorrer nesta quarta etapa, há um grupo de fugitivos que levam pouco mais de dois minutos de vantagem para o pelotão.
Bruno Armirail (Decathlon AG2R La Mondiale), Sylvain Moniquet (Lotto Dstny), Filippo Zana (Jayco-AlUla), Pablo Castrillo (Kern Pharma) e Mikel Bizkarra (Euskaltel-Euskadi) compõem a fuga.
Três dias de Vuelta em Portugal culminaram com êxito do belga, que até este ano nunca tinha vindo a Portugal, mas já tem razões para gostar do país. Hoje, entrega o protagonismo aos favoritos à geral.
A passagem da Volta a Espanha de Portugal, marcada pelo grande entusiasmo do público, teve Wout Van Aert (Visma-Lease a Bike) como principal figura. Os três dias foram em crescendo para a estrela belga, que, após ser terceiro no contrarrelógio em Lisboa e segundo no sprint em Ourém, regressou aos triunfos em Castelo Branco, mantendo-se mais um dia com a “roja” vestida, enquanto João Almeida subiu ao nono posto.
Até ao momento de WVA ganhar asas na meta - festejo dedicado ao seu patrocinador pessoal -, o protagonismo foi repartido entre os quatro espanhóis da fuga do dia, Unai Iribar, Ibon Ruiz (Kern Pharma), Xabier Isasa e Luis Ángel Maté (Euskaltel-Euskadi). Este vestiu a camisola da montanha, tal como ambicionava, num dia em cheio para a formação laranja, que viu Isasa ser distinguido como o mais combativo por andar 139 km escapado e teve Jon Aberasturi em terceiro no sprint final.
Como se antecipava, as duas etapas lusas em linha foram discutidas pelos dois homens mais rápidos do pelotão, mas ontem foi WVA a levar a melhor sobre Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck), vencedor da véspera. Portugal continuou a ser benéfico para os grandes astros da modalidade, pois antes da alegria do belga já a maioria dos principais nomes atuais festejara por cá: a primeira vitória profissional de Tadej Pogacar foi na Volta ao Algarve de 2019, corrida em que também Primoz Roglic saltou para o estrelato, tendo Remco Evenepoel já três triunfos e Geraint Thomas dois. Até este ano, Van Aert não tinha vindo a Portugal, mas abriu a época vencendo uma tirada da “Algarvia”. Ganhou uma clássica no país-natal logo a seguir e entrou num jejum de cerca de meio ano, que só terminou ontem.
“O plano era seguir Kaden Groves e usar a minha força arrancando cedo. Acho que o surpreendi ao acelerar a 200 metros do final. Foi um sprint perfeito para mim. Agora, a minha diversão acabou. Estarei feliz ao entregar o papel de líder a Sepp Kuss e Cian Uijtdebroeks”, reagiu WVA, consciente de que hoje, com quatro subidas e uma primeira categoria a coincidir com a meta, a classificação mudará por completo.
Se os favoritos chegarem juntos ao Pico Villuercas, Roglic (Red Bull-Bora) é o melhor a sprintar em montanha, sendo candidato a herdar a liderança de Van Aert. Mas este é apenas o primeiro teste aos candidatos numa edição bem montanhosa, havendo várias incógnitas, a começar por Almeida, que pode subir a lugares de pódio. Para já, só há uma certeza: a verdadeira Vuelta arranca hoje.
A entrada em Espanha faz-se com quatro montanhas, mas as decisões serão na última, Pico Villuercas, mais difícil do que os 14,6 km inclinados a 6,2% de média indicam. Nos últimos quatro, metade são a 16%!
Líder da UAE Emirates deixou revelação preocupante antes do primeiro grande teste da Vuelta
João Almeida deixa Portugal rendido ao carinho sentido nos últimos dias. “Já esperava que fosse muito, mas superou as minhas expectativas. Agradeço a todos”, afirmou o luso da UAE Emirates, confiante que esta passagem com fãs fervorosos dê uma nova vida à modalidade no seu país. “Ajudou a promover o ciclismo em Portugal. Os patrocinadores conseguiram ver o impacto e perceber que podem ter um bom retorno com isso”, defendeu.
O ciclista de A-dos-Francos juntou “um contrarrelógio bastante bom” em Lisboa a dois dias de “apoio fenomenal”, seguindo-se hoje o primeiro teste na luta pela camisola vermelha, já em solo espanhol. No entanto, na antecâmara da primeira chegada em alto, no Pico Villuercas, Almeida levantou alguma preocupação, avançando que “as sensações não têm sido as melhores”.
“Não tenho muitas perspetivas. Vou dar o meu melhor, para tentar chegar na melhor posição possível. Não me tenho sentido muito bem na bicicleta, mas amanhã é outro dia. Vou deixar tudo na estrada e logo vemos como será o resultado final”, finalizou.