85.ª edição da Volta a Portugal inicia-se esta quarta-feira, com o ponto forte de ter duas das etapas mais difíceis logo nos primeiros quatro dias
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Desde a Capital da Bicicleta, Águeda, rumo à Cidade Europeia do Desporto em 2024, Viseu, ao longo de 12 dias, a 85.ª Volta a Portugal inicia-se esta quarta-feira com um prólogo de 5,6 quilómetros. Trata-se apenas de um aperitivo de uma edição que vai dividir atenções com os Jogos Olímpicos e tem a particularidade de apresentar um percurso algo diferente do ponto de vista desportivo.
Após o prólogo desta quarta-feira, em Águeda, a primeira etapa em linha, na quinta-feira, leva os ciclistas logo ao Observatório Vila Nova. No sábado, sobe-se à Torre, o que vai fazer um corte significativo nos candidatos.
À antecipação da Torre (subida de categoria especial) para terceira tirada (sábado) soma-se novidade do Observatório Vila Nova, em Miranda do Corvo (montanha de primeira categoria), como primeira etapa em linha (na quinta-feira), pelo que o grande candidato pode ficar já encontrado. Em 2020, na Volta a Portugal Edição Especial, a subida à Senhora da Graça foi à segunda tirada, liderando Amaro Antunes a partir daí até ao fim. Se não for o vencedor, este arranque duro permitirá, pelo menos, saber quem conseguirá levar a camisola amarela até ao fim de semana seguinte, marcado pelo icónico final no alto do Monte Farinha (3 de agosto) e o tradicional contrarrelógio (dia 4) - a etapa da Guarda, no domingo, é difícil (cinco prémios de montanha), mas não deve mudar muito a geral.
Depois do enorme balde de água fria em 2023, ano em que era tida como super candidata à conquista da Grandíssima, a Sabgal-Anicolor surge ainda mais forte, voltando a partir com o estatuto de favorita e tendo Mauricio Moreira como líder. No entanto, a presente temporada está a ser muito mais equilibrada, havendo várias equipas portuguesas em condições de lutar. É o caso da Efapel, com o porto-riquenho Abner González a juntar-se aos habituais Joaquim Silva, Henrique Casimiro e Tiago Antunes; da ABTF-Feirense, com António Carvalho e Afonso Eulálio; e da Rádio Popular-Boavista, que tem nas suas fileiras a grande revelação da época, Francisco Peñuela.
Todas precisam de contar com as formações estrangeiras, que, após o feito da austríaca Vorarlberg há um ano, testemunharam que a Volta não está apenas ao alcance de portugueses. Stussi vai envergar o dorsal número um, mas está longe de ser um favorito desta vez: diz ter adoecido quatro vezes em 2024, mas agora também já é conhecido, esperando-se que seja bastante mais vigiado.