"Vamos deixar de falar do passado. Vamos olhar para a frente com a Europa como foco"
No dia em que o FC Porto começou a treinar e divulgou a constituição do plantel todo, o novo diretor técnico, Afonso Barros, falou pela primeira vez ao Porto Canal, apresentando a nova equipa, explicando a aposta europeia e dando detalhes da pré-época, além de recuperar quais são as suas raízes portistas
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Apresentação: "A ideia da minha vinda passa por um grande desafio para todos. Vamos deixar de falar do passado. Vamos olhar para a frente, para a Europa como o nosso foco. É uma aposta muito diferente daquilo que se tem feito no passado. Com isto, foram criadas condições para termos uma equipa capaz de dar resposta. Sou gestor de empresas, antigo basquetebolista do FC Porto, neto do antigo presidente do clube. O bichinho sempre esteve cá, as pessoas da direção do clube já me conhecem há bastantes anos e entenderam reforçar esta equipa".
Neto do antigo presidente Cesário Bonito: "Nasci aqui. O meu avô morava a cem metros do Estádio das Antas, com ele aprendi o que era o FC Porto, a ir ao futebol com ele desde pequeno, às aulas de natação e, posteriormente, ao basquetebol. Pinto da Costa nutre essa admiração pelo meu avô, pela forma como sempre confrontou os poderes centrais que existiam. Se calhar viram em mim a continuação de um discurso parecido com esse. Estou aqui para dar o corpo às balas. O FC Porto faz parte da minha vida há 47 anos".
Aposta europeia: "O andebol tem sido um sucesso tremendo. No basquetebol, também pela forma como a modalidade está em Portugal, esse crescimento nunca existiu. Conseguimos fazer uma boa campanha europeia, na segunda época conseguimos repetir, mas ficámos ali numa fase de grupos. É muito pouco para um clube como o nosso. Apesar da Liga só permitir cinco estrangeiros, nós temos sete para apostar na Europe Cup e queremos ter a equipa no seu máximo".
Caras novas: "Mantivemos o Brad Tinsley e o Max Landis, são jogadores à Porto. Temos uma grande aposta em dois veteranos, o Charlon Kloof, que joga na seleção holandesa, tem uma capacidade física do outro mundo e uma pessoa excecional, tem a sua academia e associação de ajuda a pessoas desfavorecidas; e o Jonathan Arledge, que é um trabalhador nato, fez carreira sobretudo em França e um extremo-poste fortíssimo, com uma estatura acima da média. Depois temos os nossos rookies. Temos o Mous Barro, que tem conquistado os adeptos em Espanha, é um diamante com alguma delapidação. Temos dois americanos vindos da NCAA. O Danjel Purifoy, vindo de Auburn, que tipicamente chega às finais da March Madness, faz as posições três e quatro, é explosivo, falhou o ingresso da NBA por pouco. Por último, temos Rashard Odomes, que vem de Oklahoma, era o par de Trae Young, que joga nos Atlanta Hawks, com uma explosão também muito boa. Temos vários esquerdinos, os nossos adversários vão ter adaptações a fazer. É uma mistura de experiência com juventude".
Pré-Época: "Já estamos a trabalhar nisto há muito tempo. Fizemos um trabalho de casa muito grande. Estes atletas não apareceram do nada. A nossa decisão de comunicar hoje pela primeira vez o que temos tem a ver com muita coisa que se passou no passado - todos sabemos como acabou o campeonato - para nos focarmos no futuro imediato. Vamos fazer uma pré-época na sua maioria fora de Portugal, o que significa jogar com equipas de topo em Espanha. Estamos a tentar fechar o jogo de apresentação aos sócios com uma equipa de topo europeia. Vamos participar no Torneio do Algarve do Imortal. O convite honrou-nos, mas a nossa equipa está feita para a Europa".