Antigo campeão olímpico é considerado por muitos como o melhor velocista de todos os tempos, mas garante que podia ter sido ainda mais rápido
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Retirado desde 2017, Usain Bolt é considerado por muitos como o melhor velocista da história do atletismo e garantiu esta semana, em entrevista ao programa italiano “Che tempo che fa”, que podia ter sido ainda “mais rápido”.
Isto porque, segundo o jamaicano, campeão olímpico em oito ocasiões e recordista mundial nas estafetas de 100, 200 e 4x100 metros, durante a sua carreira nunca se preocupou em retirar o melhor rendimento possível do seu físico, mas apenas em “provar ao mundo que era o melhor”.
“Sim, eu acho que podia ter feito mais. Houve coisas que podia ter tratado melhor para ser mais rápido, mas eu estava apenas interessado em vencer e provar ao mundo que era o melhor. Agora estou retirado, mas continuo a manter-me saudável. Não pareço um pensionista? Quando parei de correr disseram-me: ‘Vais ganhar peso’. Mas eu provei que estavam errados”, afirmou, explicando também a inesquecível pose que fazia sempre que ganhava corridas: “Eu queria encontrar o meu próprio gesto e este surgiu-me naturalmente, enquanto pensava sobre isso”.
Campeão do Mundo em 11 ocasiões, Bolt admitiu que sente atualmente arrepios quando vê vídeos de si próprio em competição: “Eu pergunto-me a mim mesmo: ‘Aquele sou eu?’ São memórias bonitas e saber que fiz muita gente feliz é maravilhoso para mim. Naqueles segundos, eu dividia a corrida em vários segmentos. Alguns podem rápidos para alguns, mas são lentos para mim. Talvez no final eu pudesse ter puxado mais um bocado e acabado com 9.55”, apontou, suspeitando que podia ter melhorado o recorde de 100 metros que fixou nos Mundiais de Berlim, em 2009 (9.58).
Bolt recordou ainda a sua infância na Jamaica com nostalgia e até revelou que havia um colega de escola que era mais rápido do que ele.
“Ter crescido no campo foi ótimo, não mudaria nada em relação a esses anos, eles fizeram-me a pessoa que sou hoje. Eu comecei a correr com sete anos, ainda me lembro da alegria de ter vencido a minha primeira corrida. Havia um rapaz um pouco mais velho que era mais rápido do que eu, o seu nome era Ricardo Guedes, nunca o esquecerei”, assumiu.
Quanto ao seu presente, o ex-atleta de 38 anos surpreendeu ao revelar que um dos seus maiores passatempos, para além de projetos de patrocínio e produção musical, é jogar “dominó seis horas por dia com amigos”. No que toca à música, avisou: “Estou a apontar a um Grammy”.