Fórmula 1: os contornos de uma polémica que abriu o Grande Prémio de Portugal
Ricciardo partilhou a satisfação dos pilotos do paddock com a presença no Algarve e só Hamilton não gostou da nomeação de Vitaly Petrov para comissário.
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O regresso da Fórmula 1 a Portugal, após 24 anos de ausência, está oficialmente em marcha, tendo na quinta-feira as equipas passeado a pé ou de bicicleta pelo Autódromo Internacional do Algarve, antes de se dedicarem às conferências de Imprensa. Sendo o circuito de Portimão uma estreia absoluta, parece agradar aos pilotos, como contou o da Renault, Daniel Ricciardo.
"Todos esperam voltar no próximo ano, talvez mais cedo. Acho que há boas hipóteses. Se correr bem, e como os pilotos estão entusiasmados, isso pode ajudar", partilhou o australiano, que correu na pista portuguesa há 11 anos, em GP2.
No entanto, nem tudo esteve perfeito para começar, não devido às condições do circuito, mas pela nomeação de Vitaly Petrov para comissário, o que indignou Lewis Hamilton. Havendo sempre um ex-piloto de Fórmula 1 representado no painel, o russo foi chamado para ajudar na tomada de decisões e na avaliação de certos incidentes, depois de ter afirmado não compreender o gesto de ajoelhar antes das corridas.
"De acordo com as nossas tradições, as pessoas só se ajoelham num templo, perante Deus, e quando pedes a tua futura mulher em casamento. Eles estão a tentar chamar a atenção para a luta contra o racismo. A Rússia tem uma mentalidade diferente e não temos esse problema de que Hamilton fala. Deviam pensar a nível mais global", disse Petrov numa entrevista no seu país e que o seis vezes campeão mundial não deixou passar.
"Diria que é uma surpresa contratarem alguém com aquelas crenças e que fala tanto sobre coisas contra as quais estamos a tentar lutar", reagiu, na quinta-feira, o britânico. Piloto de causas, tendo "um modo de vida diferente" dos corredores tradicionais, como disse recentemente Bernie Ecclestone, Hamilton voltou ainda a explicar que tem tido problemas para negociar o novo contrato com a Mercedes nos tempos de dificuldades atuais. "Temos de nos sentar e ter uma conversa, mas agora não é a prioridade", considerou o seis vezes campeão.
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