Daria Saville teve as prioridades claras no mesmo ano em que os organizadores do torneio anunciaram um prémio recorde para os tenistas que fossem eliminados nas três primeiras rondas
Corpo do artigo
Daria Saville, que foi derrotada no arranque do US Open pela japonesa Ena Shibahara, em três sets (3-6, 6-4 e 6-7), admitiu esta quarta-feira que só competiu no “major” norte-americano devido ao prémio recorde anunciado para os tenistas que fossem eliminados nas suas três primeiras fases, tendo jogado apesar de estar a recuperar de uma lesão na planta do pé direito.
A tenista australiana, 95.ª classificada no ranking mundial, admitiu que a sua única motivação para disputar o torneio foram os 90 mil euros atribuídos a cada jogador por apenas marcar presença no primeiro jogo.
“Não, não vim até aqui por ser o US Open, essa é a verdade. Onde mais vou ganhar dinheiro? Perco dinheiro a cada semana se tiver de viajar com um treinador. Não deveria ter jogado, mas onde vou ganhar um prémio como esse que oferecem? Mentalmente, foi difícil, porque houve momentos em que senti que nem sequer o merecia. Sinto que não fiz o trabalho prévio que tinha de fazer, jogando nos eventos anteriores. Agora penso, será que quero continuar a fazer isto?”, refletiu.
“Voltarei a recompor-me, assim o espero. Quero jogar na ‘tour’ asiática, mas às vezes sinto que talvez nem sequer devesse fazer isto. Queria jogar em Seoul, mas isso agora é muito pouco provável. Pequim, Wuhan... A dor era de 7 em 10 no início e mais intensa quando estás a perder. É um pouco mais fácil quando estou a ganhar, mas agora vejo tudo negativo. Não sei como me sentirei amanhã, mas não é divertido jogar lesionada”, completou.