Diogo Rêma está nos seniores do FC Gaia e defendeu nove remates do FC Porto em 30 minutos. O pai é ex-guarda-redes e vice-presidente.
Corpo do artigo
"Aos 15 anos já tem 1,89 metros e calça 48. É muito frio na baliza, calmo, não tem medo", assim descreve Pedro Rêma o seu filho Diogo, que, ainda muito jovem, já dá cartas na equipa sénior do FC Gaia.
Mostrou-se frente ao ABC, jogo que os gaienses ganharam (28-27), tendo Diogo feito seis defesas e conseguido 35% de eficácia. No encontro seguinte, na deslocação à Horta, o técnico Ricardo Costa deu-lhe a titularidade (três defesas) e, no passado sábado, na receção ao FC Porto, entrou para um livre de sete metros - que defendeu, sendo esse o único remate falhado de Diogo Branquinho no jogo - na primeira parte e jogou toda a segunda, tendo totalizado nove paradas. "É muito focado, tem uma capacidade de trabalho enorme e muita vontade. E noto-o sempre bastante calmo, por incrível que pareça, que isso até a mim faz confusão", refere o pai, admitindo: "Ele é muito melhor; eu era malandro, só gostava de jogar".
Diogo Rêma, já internacional sub-17, é um caso raro de atleta a cumprir o primeiro ano de juvenil e a atuar nos seniores. Depois de fazer as primeiras oito épocas no Colégio dos Carvalhos, onde está a frequentar o 10.º ano na área das engenharias, mudou-se esta temporada para o FC Gaia, clube onde o pai começou a jogar e do qual é, há três anos, vice-presidente do andebol e um dos obreiros do regresso do emblema à I Divisão.
"Todos os dias treino só com os seniores e estou habituado a lidar com jogadores mais velhos. Já no Colégio dos Carvalhos era com assim, treinava com os mais velhos, por isso estou habituado", justifica o Rêma mais novo. "Não consigo explicar o à-vontade, mas a maior parte das vezes encaro os adversários como se fossem os meus colegas, embora saiba que não são e admita que têm mais qualidade", continua Diogo Rêma, que fez o primeiro jogo como sénior logo na primeira jornada, frente ao Vitória de Setúbal. "Senti-me muito contente quando entrei, nos últimos 15 minutos, mas reconheço que aí estava um bocadinho nervoso", recorda. "Antes dos jogos estou sempre nervoso, mas depois o jogo começa e os nervos acabam", acrescenta o jovem, que sonha "chegar à seleção A e jogar no estrangeiro", elegendo o portista "Balasquez" como o "adversário mais difícil, porque vai ao quinto andar e remata muito forte".
11600018
Fã de Omeyer e do pai pouco viu
Diogo Rêma, que faz 16 anos em março, tem em Thierry Omeyer, mítico guarda-redes francês - cinco vezes campeão do mundo, três da Europa e duas olímpico - a grande referência. "Tudo o que ele faz é bem feito", resume, indicando três nomes dos que atuam em Portugal: "Humberto Gomes, Quintana e Bauer". Sobre o pai (na foto), que diz ser o filho muito melhor guarda-redes, fugiu à opinião. "Pouco o vi jogar", diz, rindo-se.