Telma Monteiro: "Deixei a vida e quem me quisesse ganhar tinha de deixar a vida"
Judoca portuguesa falou em "dia perfeito" no Europeu disputado em Lisboa e explicou porquê. Telma Monteiro conquistou a medalha de ouro na categoria de -57 quilos
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Sexto título europeu: "É fantástico. É difícil encontrar palavras. Foi duro. Foi uma preparação muito dura. Magoei-me no ombro quando estava a preparar o Europeu e o apuramento olímpico, mas tinha esta oportunidade de disputar o título em casa. Sabia que ia ser extremamente difícil e foi extremamente difícil. Tenho de dar mérito às minhas adversárias também. São elas que me fazem ser mais forte. Foi um dia muito duro. Deixei tudo... digo sempre: eu deixei a vida. Para alguém me ganhar tinha de deixar a vida também, porque hoje quando acordei de manhã senti que ia fazer história e quando meto uma coisa na cabeça só paro até fazer"
Gratidão: "Quero agradecer à minha família, que felizmente estava aqui para me apoiar, à minha equipa, que é uma sorte, tanto no clube como na seleção, poder chamá-la de amigos, aos meus treinadores, que sabem que sou irreverente. Há um mês que estou a dizer que vou ser campeã da Europa mesmo com o ombro magoado, mas eles ajudaram-me sempre a acreditar. Nunca me deixam desistir e eu estou muito grata. Mesmo antes de ganhar, o que sentia era gratidão e quando nos sentimos gratos pelas pequenas coisas conseguimos coisas ainda melhores. E foi isso que me deu força: a gratidão que sinto pelas pessoas que tenho à minha volta."
Ganhar em casa: "Tem um sabor especial, porque era um sonho adiado. Quando se é campeã da Europa em casa, nas condições que fui, com uma meia-final com um golden score de quase sete minutos. Foi um dia perfeito. Para mim foi melhor assim, do que se tivesse ganho rápido. Foi o dia perfeito: em casa, sexto título europeu, 15.ª medalha, a mais medalhada de sempre em campeonatos da Europa. Agora deixo o recorde para quem quiser bater."