O jovem esloveno de 23 anos abordou o acidente na 18ª etapa do Tour
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Jonas Vingegaard destacou "a obra-prima" que foi a exibição da Jumbo-Visma na 18.ª etapa da Volta a França em bicicleta, congratulando-se por ter conseguido aumentar a diferença para o segundo da geral, Tadej Pogacar.
"É uma boa maneira de o dizer, foi uma obra-prima. Toda a equipa esteve forte hoje", defendeu o camisola amarela, depois de coroar-se vencedor no alto do Hautacam, com 1.04 minutos de vantagem sobre o esloveno da UAE Emirates.
Quando cortou a meta, após conquistar a segunda vitória em etapas no Tour, o dinamarquês estava "simplesmente feliz por ter finalmente acabado".
"[A tirada] foi incrivelmente dura. Claro que estou verdadeiramente contente por ter vencido a etapa. Agora, faltam dois dias até Paris, temos de nos manter focados e encarar dia a dia", disse, preferindo, novamente, não falar sobre o triunfo final na "Grande Boucle", que hoje deverá ter ficado definitivamente sentenciado.
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Vingegaard agradeceu aos seus companheiros de equipa, que "foram excecionais" na derradeira etapa de montanha da 109.ª Volta a França.
"Ver o Wout van Aert a fazer descolar o Pogacar... o Sepp Kuss foi incrível, todos foram. Obrigado a eles, não teria feito isto sem eles", afirmou, dizendo-se "muito contente por ainda estar de amarelo" e por ter aumentado ainda mais a sua liderança na geral, fixada agora em 3.26 minutos de vantagem em relação ao bicampeão em título da prova.
A jornada do dinamarquês de 25 anos ficou ainda marcada pelo gesto de "fair play" que teve na descida de Spandelles, quando aguardou por Pogacar, que caiu, aparentemente sem consequências.
"Ele falhou a curva, entrou na gravilha e tentou tirar a bicicleta, mas ela desapareceu debaixo dele. Então, esperei por ele", limitou-se a dizer, sobre uma atitude amplamente elogiada pela comunidade velocipédica.
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O jovem esloveno de 23 anos também abordou o acidente, desvalorizando o impacto da queda no desfecho da jornada.
"Claro que não é bom cair. Estava a forçar e caí, foi culpa minha. Penso que, de qualquer maneira, o Jonas estava muito, muito forte na subida final", reconheceu.
Para Pogi, o resultado da 18.ª etapa não foi mau, uma vez que deu "tudo" a pensar não na vitória na tirada, mas na camisola amarela.
"No final, dei tudo na segunda subida, caí na descida... o segundo lugar foi o melhor que consegui. Penso que fiz tudo o que podia e posso estar orgulhoso", argumentou.
Apesar dos "azares", que o deixaram apenas com três companheiros de equipa, o líder da UAE Emirates concedeu que "Jonas foi o mais forte e mesmo que tivesse sete colegas seria duro" destronar o corredor da Jumbo-Visma.
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A subida ao Hautacam também permitiu confirmar que, salvo um percalço, será o experiente Geraint Thomas (INEOS) a acompanhar os "miúdos" no pódio dos Campos Elísios, algo que o ciclista de 36 anos prefere ainda não festejar.
"Não me vou antecipar. Mas estou definitivamente numa boa posição", admitiu "G", definindo este Tour como "super duro".
Embora o campeão de 2018 e "vice" de 2019, que está a oito minutos de Vingegaard, não queira reconhecer que o terceiro lugar é seu, o homem que o sucede na geral não teve hoje problemas em fazê-lo.
"A minha luta não era com Vingegaard, Pogacar ou Thomas. O meu combate era com Nairo [Quintana] e os outros [...]. No início do Tour, teria assinado por um quarto lugar. Alguns fazem-se de difíceis, mas as pessoas não se dão conta da intensidade do esforço que é necessário para ser quarto na Volta a França. Estou orgulhoso desta classificação, até porque é a melhor de um francês desde 2017", destacou David Gaudu (Groupama-FDJ).
O francês de 25 anos está já a mais de três minutos de Thomas, mas tem 2.30 minutos de vantagem sobre o quinto, o colombiano Nairo Quintana (Arkéa Samsic), também ele satisfeito com o regresso às boas prestações na "Grande Boucle", na qual foi vice-campeão em 2013 e 2015.
"Dei tudo. Não tive as melhores sensações, estive um pouco mal na respiração, mas não é uma desculpa. Trabalhámos até ao final e fizemos um grande Tour", disse o ciclista de 32 anos.
Quintana espera agora "fazer um bom contrarrelógio" no sábado para terminar na posição que atualmente ocupa.