Luvo Manyonga, vice-campeão olímpico de salto em comprimento no Rio de Janeiro'2016 e campeão do mundo em 2017, em Londres, caiu na droga e lutar para voltar à tona, enquanto aguarda pelo fim da suspensão, que vai até dezembro de 2024
Corpo do artigo
Luvo Manyonga voltou a cair na má vida e, de novo, desapareceu de cena. No entanto, a BBC conseguiu encontrar o atleta sul-africano, que foi vice-campeão olímpico de salto em comprimento no Rio de Janeiro'2016, campeão do mundo em 2017, em Londres, bem como vice-campeão mundial em pista coberta em 2018, em Birmingham. Assume que caiu nas trevas, fruto do abuso de drogas, mas promete estar, agora, a lutar para ressurgir.
"Escapei ao diabo", tinha dito há anos Manyonga, que já esteve várias vezes suspenso por dar positivo em controlos anti-doping e também por se falhar várias vezes os mesmos. Manyonga é viciado em "tik", uma droga comum nas ruas da África do Sul, uma espécie de metanfetamina barata.
Está suspenso até dezembro de 2024 e conta nesta altura com 31 anos. Não tem e-mail, redes sociais, agente, nem uma morada fixa. A BBC encontrou-o e conseguiu uma entrevista por vídeo-chamada. Manyonga estava com o cabelo comprido, sendo que habitualmente competia de cabeça rapada. A mãe Joyce faleceu em 2020 e Manyonga caiu de novo na profundeza das drogas, conta, prometendo estar agora a sair da escuridão.
"Depois de perder a minha mãe as coisas vieram abaixo. Não chorei por ela, mas usei as drogas para reprimir os sentimentos, para não sentir dor. Facilmente podia ter perdido a vida. Era um abusador, perdido pela droga. Andava drogado pela rua e as crianças que se aproximavam diziam: 'Luvo, quando é que te voltamos a ver na televisão?' Foi quando percebi que tinha perdido o norte. As crianças olham para mim e sou um campeão do mundo convertido num drogado, um zé-ninguém. Agora, o importante é encontrar Luvo. Aceito a sanção que me impuseram, foi uma chamada de atenção", recorda, esperando estar a conseguir superar esse momento de forma a voltar à competição quando cumprir 33 anos e acabar a suspensão.
Na sua luta, trabalha com jovens e tenta ajudar outros a não caírem nos perigos das ruas da África do Sul. "Quero ser mais um ser humano que um atleta". A sua melhor marca, recorde-se, é 8,65mts.
15240643
15241462