
Futuro do campeonato de andebol ainda por decidir
Pedro Rocha / Global Imagens
EHF espera resolver as competições europeias desta época só em dezembro, mas as federações vão fechando os grandes campeonatos.
Tal como todas as restantes modalidades - e muitos setores da sociedade - a covid-19 parou o andebol na Europa, mas há decisões a necessitarem de ser tomadas.
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Há federações com mais pressa, ou mais certezas, do que outras. Para já, Portugal e Espanha, mesmo trabalhando no sentido de darem solução aos campeonatos, continuam sem tomar decisões.
No tocante a seleções, a paragem obrigou a adiar os encontros de apuramento para os Jogos Olímpicos, que Portugal deveria ter jogado entre 17 e 19 deste mês, em Paris, com França, Croácia e Tunísia. O próprio adiamento dos Jogos por um ano também retirou o caráter de urgência a essas partidas.
Entre clubes, a Liga dos Campeões e a Taça EHF, onde estão, respetivamente, FC Porto (oitavos de final) e Benfica (quatro vitórias em quatro jornadas da fase de grupos), também pararam e a EHF (Federação Europeia de Andebol) pretende que as finais a quatro se disputem... em dezembro.
Alemanha: campeão por média de pontos
A nível interno, cada país tem tomado as suas decisões, tendo sido ontem a vez da Bundesliga anunciar o fim da prova, a seis jornadas do fim, e declarar campeão o Kiel, que se encontrava empatado em pontos com o Flensburgo (bicampeão). A decisão acabou por não ser tão complicada quanto parecia, porque nem todos os clubes tinham o mesmo número de jogo: uns 26, outros 27. Assim, foi achada a média de pontos por jogo e o Kiel ficou à frente. "A nós também nos custa tomar esta decisão. Desportivamente seria mais justo prosseguir a época até ao fim, mas já não havia condições tanto de saúde pública, como organizacionais e económicas para prosseguir", disse, Frank Bohmann, diretor desportivo da Liga Alemã de Andebol.
Reunidas as 36 equipas, das duas principais divisões, na Alemanha decidiram também que, a nove rondas do fim, o Coburg é campeão da Bundesliga II e, juntamente com o Tussen Essen, segundo classificado, sobem ao escalão principal. Também ficou alinhavado que não haverá descidas e a Bundesliga em 2020/21 será jogada por 20 formações.
Bundesliga foi dada como concluída e o Kiel proclamado campeão da Alemanha. França, Polónia, Dinamarca, Eslovénia, Bélgica/Holanda, Luxemburgo e Suécia também já entregaram as medalhas
Suécia é especial
Antes da Alemanha, já a França havia feito o mesmo, com o PSG a receber o título - Hugo Lima, no Cesson, foi campeão da II divisão gaulesa - ; a Polónia também, sendo o troféu entregue ao Kielce; na Dinamarca, o Aalborg fez a festa por ter ganho a fase regular, porque o o play-off foi anulado; a Eslovénia seguiu o mesmo caminho, entregando as faixas ao Celje Pivovarna Lasko, do lateral-direito Diogo Silva, atleta emprestado pelo FC Porto. "Não era assim que esperava ser campeão pela primeira vez, mas também fomos a equipa mais regular e este título é justo", disse, na altura, o meia-distância a O JOGO.
Na BENE-League, prova que junta as equipas da Bélgica e da Holanda, a fase final foi anulada e o título entregue ao vencedor da fase regular, o Bocholt.
Também no Luxemburgo, onde joga Hugo Figueira, o EB Esch, do guarda-redes português, foi declarado campeão por ter ganho a fase regular, anulando-se a fase seguinte.
Na Suécia é que houve uma decisão muito particular: as provas terminaram, não foi declarado qualquer campeão, mas o Alingsas, por ter sido primeiro na fase regular, vai receber medalhas de... vencedor.
FC Porto à espera e não haverá descidas
Em Portugal a Federação deverá anunciar em breve a decisão, sendo a atribuição do título ao FC Porto uma possibilidade, visto ter sido o vencedor da fase regular, sem que a fase final se tivesse iniciado. De resto, não deverão registar-se descidas e deverão subir os dois primeiros da II Divisão, passando o Campeonato Placard a ser jogado por 16 emblemas em 2020/21, época em que descerão quatro e subirão dois, para se promover o regresso ao modelo "normal" de 14 equipas.
Em Espanha ainda se pensa ser possível jogar, mas há uma larga maioria a defender o fim da competição e da entrega do título, uma vez mais, ao Barcelona, que na paragem tinha cinco pontos de avanço sobre o segundo (Ademar Leon) e oito sobre o terceiro (Logronho).
