Paulo Freitas, melhor treinador mundial de hóquei em patins graças aos títulos no Sporting, falou em exclusivo a O JOGO
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Eleito, em janeiro, pelo portal espanhol Mundo Hockey, melhor treinador do mundo em 2021, ano em que o Sporting venceu o Campeonato Nacional, a Liga Europeia e a Taça Continental, Paulo Freitas entende que se "fechou um ciclo", regressando àquela que considera ser "a cidade do hóquei". Mas nem a atual liderança do campeonato, a par de Benfica, Sporting e FC Porto, o leva a prometer que fará do "Barcelos o maior de Portugal", com a reconquista do título nacional.
Esteve quase seis anos em Alvalade, onde conquistou seis títulos, e demorou pouco mais de dois meses, desde que deixou o Sporting, para assinar como técnico do Barcelos, de onde saíra em 2017.
O Barcelos não é campeão há mais de 20 anos. Pode prometer aos adeptos que levará o "maior de Portugal", como eles lhe chamam, a novo título?
-A única coisa que lhes consigo dizer é que quem aqui está é apenas mais um dentro do grupo de trabalho, e que, independentemente das armas que temos, estaremos em todas as pistas com o claro objetivo de ganhar. Seremos uma equipa muito ambiciosa, mas bastante realista, porque há equipas que estão muito bem apetrechadas e que têm a obrigação de conquistar títulos. Nós não temos essa obrigação. Temos a obrigação de dignificar o clube e a cidade. Agora isso do "maior de Portugal"... é fantástico que os adeptos pensem dessa forma. Eles, a maior parte das vezes, pensam de forma apaixonada, com o coração e não com a razão. E o coração leva a dizer algumas coisas, mas a razão leva-nos a dizer que não somos candidatos. Somos candidatos a ganhar o próximo jogo.
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Por que voltou ao Barcelos?
-Tem a ver com um conjunto de circunstâncias. Não vou esconder que há aqui uma gratidão mútua, porque, quando cá estive, o Barcelos ajudou-me a desenvolver o meu trabalho. E eu, dentro das condições que tinha, ajudei a equipa a consolidar-se e a conquistar troféus. Pediram-me para equacionar essa situação, porque o Rui Neto, que estava aqui a desenvolver um excelente trabalho, ia sair. Apesar de ter dito a mim mesmo que ia parar um ano, achei que estavam reunidas as condições para regressar ao trabalho num clube que sempre continuei a admirar. A única circunstância em que eu não puxava pelo Barcelos era quando, obviamente, defrontava a minha equipa.
O seu regresso ao ativo este ano deveu-se exclusivamente ao clube que o convidou?
-Nestas circunstâncias, claramente que sim. Até porque surgiram situações do estrangeiro, que agradeci, mas que não quis abraçar. Portanto, só mesmo o Óquei de Barcelos para me fazer regressar antes do tempo que estava estipulado.
Há algum palco com ambiente mais fervoroso do que o de Barcelos?
-Em Barcelos o ambiente é fantástico. Vir aqui como visitante não é fácil. É uma paixão tremenda que os adeptos têm e que conseguem passar para dentro da pista, empurrando a equipa. Obviamente que há outros sítios onde os ambientes também são tremendos, embora Barcelos seja, claramente, a cidade do hóquei em Portugal.
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"O Darío Gimenez é muito comprometido defensivamente"
Não se mostrando surpreendido com o plantel que encontrou em Barcelos, "já com bastante experiência", destacou um elemento para explicar as diferentes leituras entre adeptos e treinadores: "Diz-se muito que o Darío Gimenez é um jogador de grande qualidade individual, mas sob o ponto de vista defensivo tem algumas lacunas. É mentira. É um jogador muito comprometido sob o ponto de vista defensivo. Portanto, às vezes os olhos dos treinadores são diferentes dos das pessoas que estão aqui sentadas, que muitas vezes só olham para onde está a bola".