Um ano depois de acabar a carreira de atleta de alta competição, Naide Gomes licenciou-se em fisioterapia e já trabalha no novo gabinete médico do Sporting, inaugurado na sexta-feira passada. Condições de última geração para uma ex-atleta de topo, agora numa nova aventura.
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Embora sentindo-se capaz de competir, Naide diz ser improvável voltar a fazê-lo, nem nos campeonatos de veteranos, dado que sempre deu "200 por cento" e não quer "fazer resultados medíocres" por ser muito exigente consigo.
Ainda se sente capaz de competir, fora da alta competição, como veterana?
-Sinto-me capaz, claro, é tudo uma questão de treino... Mas não me cheira que vá por aí. Depois de ter sido a atleta que fui, com os resultados que tive, voltar para fazer só cinco ou seis metros, não dá. Sempre treinei a 200 por cento, competi ao mais alto nível e tive grandes resultados; fazer resultados medíocres, mesmo como veterana, não é para mim.
E sem ser no comprimento, numa disciplina de menor esforço?
-Já me tentaram convencer para outras modalidades, mas não... Hei de esforçar-me sempre em tudo. Mesmo praticando só a minha manutenção diária, acabo sempre por querer ser a melhor. Melhor que o meu marido, melhor que o colega do lado, isto é um bicho que tenho em mim (risos).
E já sente falta da adrenalina da alta competição?
-Sim, muita... Principalmente quando vou à pista e vejo os outros atletas a treinar e eu não poder fazer igual, saltar, etc. Está tudo muito fresco, estou ainda de luto, digamos. Mas a vida são etapas e agora este é o meu tempo.
Não admite ser, também, treinadora...
-Esse é outro sonho, sim. Talvez no próximo ano comece a tratar disso...
Preferia trabalhar na formação ou na alta competição?
-Não gosto muito de treinar formação, prefiro mais graúdos, para lhes poder incutir a minha experiência.
Qual a disciplina lhe deu mais gozo?
-Sem dúvida que foi o salto em comprimento. E chegar aos 7,12 metros não é para qualquer uma. Mas também tenho paixão pelo salto em altura e gostei muito de fazer provas combinadas.
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