Rompeu-se uma das ligações mais vitoriosas da história do MotoGP e os japoneses procuram com urgência um piloto de topo. Marc Márquez irá juntar-se ao irmão na Gresini-Ducati e o construtor mais vitorioso da história tem um drama inédito: Viñales, Quartararo e Oliveira são as alternativas mas nenhum parece interessado.
Corpo do artigo
Consegue imaginar a Ferrari numa crise tão profunda que nenhum piloto de topo a queira representar na Fórmula 1? É isso o que acontece com a Honda no MotoGP: a equipa que possui os recordes de 313 vitórias em corridas, 21 títulos de pilotos e 25 de construtores confirmou ontem a saída de Marc Márquez no final da época e está em dificuldades para substituir o espanhol que lhe rendeu seis títulos em dez épocas.
O mais velho dos Márquez, que tem 30 anos, deverá anunciar em breve um acordo com a Gresini-Ducati, onde se juntará ao seu irmão Alex - faltando saber se não leva consigo a Repsol, patrocinador principal da Honda -, enquanto o construtor japonês, que se arrasta nas últimas posições do Mundial, tem um elenco base para a próxima época, mas que não entusiasma: Joan Mir possui contrato, o francês Johann Zarco, que vai entrar para o lugar de Alex Rins na LCR Honda, pode ser promovido à equipa principal, e na satélite, além do japonês Takaaki Nakagami, poderá ficar Iker Lecuona. Entre os quatro conta-se uma vitória em corridas (e um título mundial) de Joan Mir...
Embora a saída de Márquez fosse comunicada ontem - e acertada no passado fim de semana -, a equipa sabia há muito qual era o desejo do piloto e foi procurando alternativas vencedoras. Fabio Quartararo era um sonho, mas está preso até final de 2024 pela rival Yamaha, Maverick Viñales foi sondado, mas tem igualmente mais um ano na Aprilia, tendo a "Speedweek" revelado que a mais recente abordagem foi a Miguel Oliveira. O português tem contrato na RNF Aprilia para 2024. Pedro Acosta, considerado um prodígio no Moto2, seria a solução de futuro, mas a KTM já informou que o tem bem preso.
Não sendo simples ter interessados em pilotar uma moto com fama de ser difícil, a Honda terá uma carta bastante convincente, faltando saber se a jogará: como Marquéz ganha 12,5 milhões de euros por época - com patrocínios pessoais chegam a 40 -, bastará oferecer metade disso a outro piloto para o transformar... no segundo mais bem pago.