Depois do "recorde inesperado" nos 10 quilómetros, Samuel Barata quer o da maratona
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O atleta Samuel Barata admitiu esta segunda-feira que o novo recorde nacional português dos 10 quilómetros alcançado no domingo na Roménia foi "inesperado", após meses lesionado, assumindo que o seu sonho continua a ser o da maratona.
"Foi um recorde inesperado. Também o bati só por um segundo (28.00 minutos), porque anteriormente era 28.01, do Isaac Nader. Mas o que interessa neste momento foram as sensações. Estou de volta e motivado para outras provas que estão a ir à porta", congratulou-se.
Em declarações à agência Lusa, Samuel Barata comentava o registo conseguido na tRUNsylvania, competição que decorreu em Brasov, na qual foi 11.º da geral, o primeiro não africano.
"Foi um verão muito complicado, com muitas lutas. Não foi só uma, foram várias lesões. Só comecei a treinar no fim de julho e, a começar do zero e só com dois meses de treino, tive de abdicar da maratona dos Campeonatos do Mundo. Em agosto, fiz um estágio em altitude e fui convidado para correr em Brasov", contou.
O atleta natural de Bouça, em Cortes do Meio, no concelho da Covilhã, lembrou que, há dois anos, tinha batido o recorde nacional da distância nesta cidade romena, contudo a marca acabou por não ser homologada, porque o percurso foi mal medido e faltavam 25 metros.
Samuel Barata, de 32 anos, não esperava retirar quase quatro segundos à sua melhor marca, porém realçou a "dedicação" que teve ao treino, o benefício de trabalhar sem "dores" e o facto de "acreditar no que estava a fazer".
"Às vezes é uma questão mental. Quando treinamos sem dores... agarrei-me ao treino, foram dois meses e meio a treinar certinho e quando é assim as coisas correm bem", acrescentou, considerando que poderia ter baixado dos 28 minutos caso tivesse "acreditado mais" que ia bater o registo de Isaac Nader, campeão do mundo dos 1.500 metros, durante a prova, algo que, admite, será "muito possível se mantiver o nível dos treinos".
Apesar do sucesso nos 10 quilómetros, continua a dizer que o recorde da meia-maratona é o que mais o orgulha, manifestando-se ainda desejoso de um dia poder bater o da maratona, fixado em 2:06.36, estabelecido por António Pinto em Londres a 16 de abril de 2000.
"O recorde mais saboroso ainda é o da meia-maratona e, se conseguir, espero bem, um dia vai ser o da maratona, algo que me deixaria muito satisfeito", vincou.
Quanto aos próximos desafios, é "certo" que vai disputar em breve uma meia-maratona, em lugar a designar, e "possivelmente" também uma maratona, sendo que essa incerteza se alastra igualmente à possibilidade de disputar os Europeus de corta-mato, em Lagoa, em dezembro.
"Vai tudo depender da forma como o meu corpo reagir à carga de treino", concluiu.