Dusseldorf teve atletas a brilhar ao vivo, em drive-in, numa prova afetada pelo mau tempo.
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Uma coisa é certa e já ninguém contesta, em tempos de pandemia, têm sido os saltadores com vara os mais inconformados e inventivos no atletismo, para que a competição exista e dê resposta a quem quer ver a modalidade olímpica número um a mexer ao vivo e a cores.
Começaram por inventar uma prova à distância, com três dos melhores especialistas mundiais a ver quem mais saltos fazia, em meia hora, nas traseiras das próprias casas. Experiência que, volvidas algumas semanas, teve uma versão feminina. Na terça-feira passada, Armand Duplantis, em Oslo, e Renaud Lavillenie, em França, mostraram ser possível um mano-a-mano num meeting rotulado de "Jogos Impossíveis".
Agora, na Alemanha, que ainda não desconfinou a nível de meetings, cinco varistas organizaram um torneio num drive-in, espaço destinado a ver cinema em automóvel. Com o patrocínio de um banco do país, atiraram-se à tarefa, perante um público que pagou bilhete para assistir e com as verbas arrecadas a terem como destino uma associação de apoio a crianças com cancro. As crónicas revelam que esteve mau tempo, mas não referem se se venderam pipocas e refrigerantes. O que, muito provavelmente aconteceu.
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O vento forte obrigou mesmo a que o concurso tivesse que ser suspenso durante 20 minutos e afetou o nível dos resultados. Os favoritos deram-se mal com o mau tempo. A nova coqueluche germânica deste concurso, Bo Kanda Lite Baehr, com um recorde pessoal de 5,72m, ficou-se pelos 5,40m, derrubando três vezes a 5,55m. Pior esteve o medalha de bronze olímpico de 2012, Raphael Holzdeppe, que nem conseguiu marcar, pois nem passou os 5,40m, com que iniciou a prova. O vencedor foi Torben Blech, o único acima de 5,55m. Mas o grande triunfador da noite foi o atletismo, só pelo simples facto da "Flight Night" [Noite de Voos] ter sido a primeira competição desde que a covid-19 surgiu no território.