Poveiro entra em Espanha de coração cheio e com a renovação pela EF-EasyPost já negociada. Campeão nacional deseja que Portugal se mantenha na rota das Grandes Voltas, deverá ficar mais um ano na EF-EasyPost e só tem um lamento nos três dias lusos da Vuelta: ainda não foi desta que subiu à Torre.
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Primeiro português a saltar direto de uma equipa sub-23 para uma formação estrangeira (Movistar, em 2009), Rui Costa, de 37 anos, nunca teve muitas oportunidades de correr em Portugal, saindo maravilhado da passagem da Vuelta por solo nacional. O campeão do mundo de 2013 foi sempre muito requisitado pelo público, de tal maneira que ontem, na Lousã, até demorou a chegar ao pelotão para a partida simbólica, largando na cauda.
“Foi um motivo de muita felicidade para mim, depois de tantos anos no World Tour, ter uma partida em Portugal”, disse o ciclista da EF Education-EasyPost, considerando os três dias um êxito total, pelo apoio massivo que, contou, chegou a impressionar os colegas. À chegada em Castelo Branco, uma nova multidão concentrou-se em redor do autocarro da formação norte-americana, só para o chamar e ver.
Como tinha vaticinado em Lisboa, as duas etapas em linha ficaram para os dois homens mais rápidos da corrida, Wout van Aert e Kaden Groves, embora a tirada de ontem já tivesse a subida ao Alto do Teixeira, contagem de segunda categoria que evitou a zona mais famosa da Serra da Estrela. Para Costa, o trajeto podia ter sido mais ousado, passando pelo icónico palco da Volta a Portugal, uma experiência que nunca vivenciou, atendendo a uma carreira feita fora de portas. “Seria muito bonito se terminasse na Torre. Era merecido. Iria ser difícil, mas acreditava que era uma boa oportunidade, uma boa chegada em alto, e amanhã [hoje] até já vamos ter uma. Mas Castelo Branco também foi difícil e vamos esperar que, em breve, possa subir à Torre. Precisamos mais de eventos como este em Portugal. Espero que brevemente possamos ter outra partida de uma Grande Volta. E, quem sabe, seja mesmo o Tour de France”, desejou.
A cumprir a primeira temporada na EF, alinha como escudeiro de Richard Carapaz, repetindo na Vuelta o seu papel no Tour. Com a equipa agradada, já tem o futuro alinhavado. “Está tudo encaminhado para continuar mais um ano aqui, mas em breve teremos notícias”, adiantou a O JOGO.
Sem dia apontado para ganhar
Como as etapas em linha portuguesas eram “talhadas para corredores rápidos”, Rui Costa não ambicionava juntar a passagem por Portugal a uma vitória na Vuelta. Irá procurá-la, mas não indica qual possa ser o seu momento - em 2023, celebrou na 15.ª tirada, em Lekunberri, no País Basco. “Não tenho nada apontado. Estamos aqui com o objetivo de apoiar o Richard [Carapaz]. Se surgir a oportunidade, aproveitaremos. Em concreto, ainda não há uma etapa em vista. Vamos esperar e ver como se vai fazendo a corrida”, explicou.