Declarações de Ricardinho em conferência de Imprensa, esta terça-feira com a presença de Fernando Gomes e Jorge Braz.
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Pedidos de Fernando Gomes: "São dois pedidos muito fáceis de aceitar, obviamente que serão do todo o meu orgulho. Será mais uma oportunidade de realizar o único sonho que ainda não realizei com a nossa seleção, que é entrar num jogo com os meus dois filhos, tenho a certeza que nessa altura vou poder realizar. Quanto a ser embaixador, acho que sempre trabalhei para ser uma referência na modalidade, uma influência para que os mais jovens pratiquem desporto. Acho que acima de tudo o consegui e além do legado, acho que acima de tudo ficou aqui marcado esta história, em que eu neste momento sou a cara, mas muitos atletas ficaram a trabalhar atrás para que esta foto fosse possível hoje."
Até já à seleção. Qual será o futuro? Acha que algum jogador poderá deixar um legado como Ricardinho? "Acima de tudo, quanto ao meu futuro, ainda tenho alguns anos para dar ao futsal e a jogar futsal, nos clubes. Esta minha decisão é somente com a nossa seleção. Quanto aos jogadores, acho que sempre quis ser um exemplo, e ao sê-lo, com todas as conquistas que consegui, acho que os recordes são para ser batidos. Espero e gostaria que fossem os meus companheiros, temos muito potencial e talento. É como o mister diz, é uma questão de acreditar."
Ainda pode voltar à seleção? "Sinceramente, nunca fui muito uma pessoa de traçar as etapas todas para o futuro. Deixo as coisas fluírem, foco-me no trabalho diário, sempre foi assim."
Camisola 10: "Isso já é um problema para o mister Braz, não me meta nesse problema. Mas acho que temos vários pretendentes e tenho duas certezas: a camisola 10 vai ser entregue a um jogador muito bom, seja ele qual for, e que a nossa braçadeira vai estar muito bem representada."
Ficou por bater o recorde de internacionalizações de Arnaldo? "O recorde que faltou era ter ganho mais europeus e mundiais, que não tínhamos. Tenho pena de não ter jogado mais jogos pela seleção, é sempre um privilégio estar aqui. Nunca joguei para bater recordes mas para ser uma referência na modalidade. Esse recorde de internacionalizações fica bem entregue ao nosso eterno capitão Arnaldo."
Definir a carreira numa palavra: "Definir com uma palavra é difícil, mas eu diria quase excelente, porque consegui todos os objetivos a que me propus."
Explicação para a saída: "Não é que eu não me sinta útil e capaz, não é essa a questão. Tudo o que é a nível físico sei que me posso superar. A questão é a exigência que eu coloco em mim diariamente. Em todos os lugares que estive sempre tentei ser preponderante, um exemplo, acho que o consegui. Mas isso também causa um desgaste mental. É aí que está a minha dificuldade. Foram muitos anos a tentar ser exemplo, tentar não falhar, e acho que essa exigência é muito difícil. Penso que o fiz com grande sucesso, muitos anos. Continuo a sentir-me útil mas acho que há um momento na nossa carreira que é o mais difícil: saber sair, saber dar lugar ao outro. Falei com a minha família, mister, companheiros. É o momento mais difícil para mim, ter de dizer até já, por mim jogaria até aos 50 anos com a seleção, mesmo que já não conseguisse mais, manter-me aqui, mas não tem de ser assim."