Ricardinho e a hipótese Braga: "Quando jogamos com um baralho de cartas..."
ENTREVISTA, PARTE II - Canhoto diz que Portugal vai "lutar até ao fim por uma medalha" no Mundial e assume ter sido contactado pelos minhotos, mas diz ter um "baralho de cartas grande"
Corpo do artigo
Trazer uma medalha na bagagem é o grande objetivo de uma equipa que Ricardinho considera "estar confiante". Para o ala, ter o título de campeão da Europa dá um "alento diferente".
Enquanto capitão quais são as expectativas para o Mundial?
- As expectativas são sempre melhorar o que foi feito no Mundial anterior. Obviamente que queríamos muito chegar às medalhas, e é mais uma boa oportunidade para isso. Somos uma equipa com um misto de jogadores experientes e jovens, que estão a aparecer com muita qualidade. O grupo está confiante, vamos dar o nosso melhor nesta preparação para ser uma etapa de sucesso.
Ser campeão da Europa dá-vos mais confiança?
- Sim, obviamente. Quando vens de uma grande conquista, tens sempre um alento diferente. Sabemos das nossas capacidades e vamos lutar até ao fim para tentar trazer uma medalha para Portugal.
De onde vêm os maiores perigos dos adversários na fase de grupos?
- Na minha opinião, Marrocos é uma seleção muito competitiva, tenho oportunidade de conhecer e jogar com dois jogadores de lá, sei que se estão a preparar há quase dois meses e isso vai ajudar muito. São uma seleção aguerrida, a ter em conta. Quanto à Tailândia também já conhecemos bem. São muito evoluídos taticamente e têm dois ou três jogadores com bastante qualidade. Quanto às Ilhas Salomão, nunca jogámos com eles. Vai ser uma curiosidade para nós e, como eu disse, vamos trabalhar para conquistarmos os pontos todos.
Acredita que essa diferença do tempo de preparação, pode ser decisiva?
- É um pau de dois bicos porque tu podes chegar lá num melhor momento de forma, mas depois podes rebentar mais rápido, que é o que acontece com muitas seleções. Confio perfeitamente no que o nosso staff organizou, pois sabem os dias que são necessários para nos prepararmos.
"Braga é uma das hipóteses..."
Ricardinho mudou-se para o ACCS Paris (França) na temporada passada. Foi campeão, mas o clube desceu na secretaria, devido a problemas financeiros. Futuro está em aberto, mas não decidido.
Já disse que é o seu último Mundial, mas a despedida da Seleção tem de ser feita em Portugal num pavilhão cheio?
-Não é uma questão que gostasse muito de abordar porque não é esse o nosso objetivo, o objetivo é falar do Mundial, mas obviamente que apesar de ser o último, a minha carreira não acaba agora. Vamos passo a passo, não me queiram afastar já porque ainda tenho muito tempo para trabalhar. Ainda tenho muito anos de futsal, se as lesões me respeitarem.
O telefone tem tocado muitas vezes com coisas extra Seleção?
- (risos) Tem tocado muito, a minha filha tem-me ligado bastante, e os meus familiares também...
E os clubes, não lhe ligam?
- Para ser o mais sincero possível, o meu foco é tão grande na Seleção e no Mundial que eu acho que isso tudo são pormenores. O meu pormaior é mesmo a Seleção e este momento, em que quero estar o máximo focado. Como já disse, além de ser o último, é uma competição que nem todos têm oportunidade de participar. Tenho tido tanta sorte e tanto trabalho para chegar aqui que acho estar a falar de uma coisa que mais cedo ou mais tarde vai acontecer, seria tirar valor aquilo que estou a conquistar.
Houve algum contacto formal do Braga? É uma hipótese que lhe agrada?
- Tal como disse, é uma das hipóteses. Quando jogamos com um baralho de cartas, temos muitas à disposição. Com o meu trabalho e talento, consegui comprar um baralho de cartas grande, mas agora estou a aproveitar o joker que é estar nesta Seleção, que para mim tem sido fantástico.
14052388
