Regresso de Portugal ao EuroBasket e uma geração especial: “São uma família como nós éramos”
Seleção Nacional está no EuroBasket’2025, imitando o caminho da chamada geração de ouro. Três dos nomes desses tempos, que culminaram com as presenças no Euro de 2007 e 2011, Filipe da Silva, Carlos Andrade e Paulo Cunha, vibraram com o êxito de Portugal e, a O JOGO, traçaram semelhanças entre passado e presente.
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Arredada das fases finais há 14 anos, a Seleção Nacional quebrou o jejum, apurando-se para o EuroBasket'2025. Em Riga (Letónia), a equipa das Quinas perdeu com Israel (84-78), mas beneficiou do triunfo da Eslovénia sobre a Ucrânia (71-84), no outro jogo do Grupo A. A festa foi comedida, resumindo-se aos abraços no balneário, pois este jogo realizou-se à porta fechada. Assim, a grande celebração de Portugal fica guardada para esta segunda-feira, em Matosinhos, na receção aos ucranianos (19h00, RTP2), e vários elementos da chamada geração de ouro, que foi nos Europeus 2007 e 2011, vão lá estar.
Filipe da Silva, Carlos Andrade e Paulo Cunha são três dos antigos internacionais a marcar presença nas bancadas do Centro de Desportos e Congressos, revelando o entusiasmo a O JOGO. “Estou bastante ansioso para ver a Seleção jogar. Sinto aquela adrenalina como se fosse eu. Vou sofrer, sem dúvida”, partilha Andrade. Para Cunha, “vai ser como estar no banco de suplentes”, enquanto Da Silva destaca que “houve um trabalho a longo prazo que foi feito”.
O objetivo do EuroBasket’2025 estava marcado, pelo menos, desde 2019 e Andrade começou “a visualizar que era possível desde que este grupo de jogadores se juntou”. Ainda que com a ressalva de “cada geração é uma geração, com características diferentes e suportada por atletas diferentes”, como lembra Cunha, há aspetos em que os antigos jogadores se revêem. “Independentemente de serem jovens com muito talento, é uma equipa que se dá muito bem. Há uma amizade muito grande entre eles. São uma família, que era o que sentíamos na nossa altura”, recorda o pai do base Anthony da Silva, que está entre os convocados. “Nós gostávamos mesmo de estar uns com os outros. Quando um grupo é assim, o sucesso acontece, mais cedo ou mais tarde”, vaticina “Carlão”.
Um curioso quem é quem
Do trio ouvido por O JOGO, Carlos Andrade foi o que mais arriscou no paralelismo entre as duas Seleções, estabelecendo uma correspondência entre alguns nomes do passado e do presente. “O Travante [Williams] é um pouco à minha imagem, físico, com espírito defensivo, muito competidor e que ofensivamente consegue resolver. Depois há os lançadores como o Diogo Brito, como o João Santos era. O Rafael [Lisboa] é tal como os nossos bases, Filipe da Silva, Zé Costa, Mário Fernandes, que eram muito inteligentes. O Miguel Queiroz também tem uma inteligência acima da média, naquela posição é muito importante, como acontecia com o Miguel Miranda, por exemplo. Os jogadores interiores não têm tanto físico como Elvis Évora, mas todos juntos conseguem aportar ali bocados do que o Elvis e o Jorge [Coelho] davam no jogo interior. Fazemos muito essa comparação”, conta.