Antigo campeão olímpico e atual treinador de natação da Austrália diz que não é "humanamente possível" Pan Zhanle ter vencido a prova dos 100 metros livres dos Jogos Paris'2024 "por um corpo inteiro de distância"
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O chinês Pan Zhanle sagrou-se na quarta-feira campeão olímpico dos 100 metros livres nos Jogos Paris'2024, batendo o primeiro recorde mundial da natação na capital francesa, mas nem todos ficaram convencidos da justiça dessa prova.
Pan Zhanle, de 19 anos, gastou 46,40 segundos para completar a prova, nova melhor marca mundial, superando o anterior registo que estava já em sua posse, com os 46,80 que tinha conseguido em Doha, em fevereiro.
Em reação, o antigo campeão olímpico e atual treinador de natação australiano Brett Hawke recorreu às redes sociais para contestar o recorde, dando a entender que Pan poderá ter incorrido num caso de doping, também devido ao facto de, em 2021, outros 23 nadadores chineses terem testado positivo para uma substância proibida, no âmbito de uma contaminação alimentar.
"Estou zangado depois desta corrida, por várias razões. Não é real, não se pode vencer uma equipa como aquela - Kyle Chalmers, David Popovici, Jack Alexy - assim, com uma distância de um corpo inteiro. Não é humanamente possível", garantiu.
“Os meus amigos, de Rowdy Gaines e Alex Popov a Gary Hall Jr e Anthony Irvin, passando pelo ‘rei’ Kyle Chalmers, são os nadadores mais rápidos da história. Conheço-os intimamente, observo-os e estudo este desporto e o fenómeno da velocidade há 30 anos. Sou um especialista no assunto", defendeu Hawke.
Por outro lado, o australiano Kyle Chambers, que ficou em segundo lugar na corrida, a 1,08 segundos de Pan Zhanle, aceitou a vitória do adversário: "Tenho confiança nele, acho que ele fez tudo o que podia para estar aqui e merece esta medalha de ouro. Fiz tudo o que podia para ganhar esta corrida e acho que todos fizeram o mesmo e mantiveram-se fiéis à integridade do desporto".
De resto, após ter sido confrontado sobre as suspeitas de doping que continuam a assombrar a natação chinesa, Pan revelou no final da corrida: "No ano passado, fui testado 29 vezes e nunca testei positivo. Entre maio e julho, 21 vezes, e nunca testei positivo. Hoje fiz dois testes, por isso vamos ver qual é o resultado".