Queta recorda "misto de emoções" no draft da NBA: "A minha vida mudou inesperadamente"
Poste (ex-Benfica) abordou, em entrevista, o momento em que os Sacramento Kings o escolheram para esta época, além das dificuldades enfrentadas com a ida para a melhor liga mundial
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Sete meses após se tornar o primeiro basquetebolista português a ser escolhido por uma equipa da NBA, e saltar com estrondo para a ribalta, Neemias Queta, em recordação dessa memória, reconheceu que, pese o êxtase sentido pelo cumprir de um sonho, necessitou de criar "um bom ambiente para ter sucesso" nos EUA.
"Estava estupefacto, um misto de emoções. Era o sonho, tudo o que queria. (...) Desfrutei ao máximo e percebi que a minha vida ia mudar de uma maneira que não esperava. Foi uma adaptação difícil (...). Tive de criar novos mecanismos de suporte, com novos amigos e pessoas que considerasse família. Consegui criar um bom ambiente para poder ter sucesso", descreveu o poste dos Sacramento Kings.
Neemias Queta revelou, em entrevista promovida pelo Instituto Português do Desporto e Juventude e pela Federação Portuguesa de Basquetebol, que tivera um feeling de que o emblema da Califórnia seria a sua primeira "casa" na NBA.
"Tinha uma boa ideia pelo treino que fiz lá, pelas conversas nas entrevistas com eles. Tive um palpite que Sacramento ia ser a minha casa", acrescentou o poste, que assinou um contrato de dois sentidos, pelo que pode ser utilizado pelos Stockon Kings (G-League), uma filial secundária dos Sacramento Kings.
"É tudo menos fácil", confessou Queta, a propósito da regular alternância entre os dois escalões do basquetebol norte-americano. "Tive de aprender a jogar a dois níveis mais altos do que estava habituado. Tenho de me adaptar se vou jogar 20 ou dois minutos, contra um all-star ou um rookie. Há muitos níveis diferentes do jogo, é uma maneira de continuar a crescer a nível do meu reportório de jogo", referiu.
Um dos novatos da NBA, Queta reconheceu que, por vezes, fica perplexo, durante os jogos dos Sacramento Kings, pelo talento com que se depara, cenário utilizado como fator motivacional. "A qualidade dos jogadores dá-me vontade de sorrir pela maneira como criam jogadas espetaculares. Fico estupefacto e dá-me motivação para aprender quando estou a ver jogadores que nunca pensei ver, dá-me um tipo de gozo diferente", denotou.
Queta, que já participou em 10 jogos pelos Sacramento e 17 pelos Stockon Kings, assumiu que pretende ajudar os Sacramento Kings (Conferência Oeste) a atingir os play-offs da NBA e "mudar o paradigma", além de cair no godo dos adeptos.
"Os norte-americanos são mais difíceis de conquistar, mas com o passar de tempo vou ter boas chances de o fazer. Sou um homem versátil para criar essa narrativa e crescer dentro e fora de campo para eles", declarou o poste de 22 anos.