Quem eram e quanto ganharam as lebres que ajudaram ao recorde de Eliud Kipchoge
Eliud Kipchoge, recordista mundial da maratona, correu os 42,195 quilómetros em 1:59.40,2 horas, em Viena e contou com 41 lebres para o ajudar.
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O queniano Eliud Kipchoge, recordista mundial da maratona, fez história este sábado ao tornar-se o primeiro atleta a correr a maratona abaixo das duas horas (1:59.40,2 horas), em Viena, numa corrida não oficial organizada para este efeito.
Mas no êxito de Kipchoge participaram 41 lebres, que foram rodando entre si numa estratégia desenhada na perfeição para este feito.
O caché dos membros do comando do corredor queniano oscilou entre os 5 000 e os 15 000 euros, em função da popularidade e da distância que tiveram de percorrer cada um destes atletas, sendo que entre eles havia medalhistas olímpicos e campeões do mundo. O orçamento total do desafio INEOS foi de 12,5 milhões de euros.
- Thomas Ayeko (Uganda, 27 anos): especialista de 5 000 metros (13:23.25) e 10 000 metros (27:43.22), embora já tenha dado o salto para a meia maratona.
- Selemon Barega (Etiópia, 19 anos): vice-campeão do mundo de 5 000 metros (Doha 2019) e vice-campeão do mundo em pista coberta (Birmingham 2018).
- Emmanuel Bett (Quénia, 34 anos): tem 26:51.16 em 10 000 metros (2012).
- Hillary Bor (Estados Unidos, 29 anos): Norte-americano, nascido no Quénia. Tem 8:08.41 em 3 000 metros de obstáculos.
- Mande Bushendich (Uganda, 1997): foi terceiro na San Silvestre Vallecana do ano passado com 27:24. Este verão correu em 27:57.72 os 10 000 metros.
- Matthew Centrowitz (Estados Unidos, 29 anos): campeão olímpico de 1 500 metros no Rio de Janeiro, distância em que é medalha de prata (Moscovo 2013) e bronze (Daegu 2011) nos Mundiais.
- Paul Chelimo (Estados Unidos, 28 anos): vice-campeão olímpico de 5 000 metros no Rio de Janeiro, distância onde conquistou o bronze em 2017. Tem como marca na mesma distância 12:57.55.
- Augustine Choge (Quénia, 32 anos): amigo de Kipchoge desde os 15 anos. Foi campeão do mundo de juniores de 5 000 metros. É prata e bronze mundial (2012 e 1016) em 3 000 metros.
- Victor Chumo (Quénia, 1987): companheiro de treino de Kipchoge, com quem divide agente. Há um ano, em Lille, ficou a três segundos de baixar de uma hora na meia maratona.
- Filip Ingebrigtsen (Noruega, 26 anos): dos três irmãos que participaram, este é o do meio. Medalha de bronze no mundial em 2017, em Londres, em 1 500 metros e campeão da Europa em Amesterdão, em 2016. Tem 3:30.01.
- Henrik Ingebrigtsen (Noruega, 28 anos): o irmão mais velho. Campeão da Europa de 1 500 metros em 2012 e outras três medalhas continentais ao ar livre, duas de prata em 1 500 metros e 5 000 metros, e uma de bronze em 2016. Tem como marca 3:31.46.
- Jakob Ingebrigtsen (Noruega, 19 anos): o irmão mais novo. Duas vezes campeão da Europa de 1 500 metros e 5 000 metros no ano passado. Em Doha foi quinto em 5 000 metros. Tem 3:30.16 em 1 500 metros.
- Philemon Kacheran (Quénia, 27 anos): um dos mais fortes na quadrilha de treino de Kipchoge em Eldoret. Foi quarto na maratona de Barcelona deste ano com 2.07:12.
- Stanley Kebenei (Estados Unidos, 29 anos): Norte-americano de origem queniana. É um atleta de obstáculos com 8:08.30 nos 3 000 metros, prova onde foi quinto nos Mundiais de Londres.
- Justus Kimutai (Quénia, 26 anos): a sua marca pessoal namaratona é de 2:07.58, em Lisboa 2018. Este ano venceu a Maratona Internacional de Lanzhou.
- Shadrack Kipchirchir (Estados Unidos, 30 anos): outro queniano com nacionalidade norte-americana. Especialista nos 5 000 metros e 10 000 metros, onde tem 27:07.55.
- Noah Kipkemboi (Quénia, 26 anos): tem 60:52 na meia maratona. Uma lebre habitual. Foi contratado na Maratona de Tóquio para marcar o ritmo este ano. Treina em Iten.
- Gideon Kipketer (Quénia, 27 anos): faz parte da equipa de Kipchoge e tem uma marca de 2:05.51 na maratona, que conquistou em Tóquio. Ganhou em 2016 a maratona de Mumbai, prova em que saiu como lebre, mas decidiu seguir até ao final. Nesse ano também foi terceiro em Chicago.
- Jacob Kiplimo (Uganda, 18 anos): foi olímpico com 15 anos no Rio de Janeiro. Atual vice-campeão mundial de cross. Ganhou a São Silvestre do ano passado com 26.41. É a nova sensação de atletismo de fundo.
- Marius Kipserem (Quénia, 31 anos): tem o recorde da maratona de Roterdão, este ano com 2:04.11, distância que se estreou em 2011. Venceu Abu Dhabi com 2.04:04, mas estava mal medida por 190 metros.
- Eric Kiptanui (Quénia, 29 anos): tem uma melhor marca de 58:42 na meia maratona, que fez o ano passado em Berlim, onde venceu. Também venceu em Lisboa. Este ganhou a meia de Barcelona.
- Moses Koech (Quénia, 22 anos): tem 60:11 na meia maratona. Como marca, a mais valiosa são os 27.46 que tem nos 10km.
- Shadrack Koech (Cazaquistão, 19 anos): treina em Iten. A sua marca nos 10km é de 28:22.
- Micah Kogo (Quénia, 33 anos): bronze olímpico nos 10 000 metros nos Jogos de Pequim 2008. Foi recorde mundial de 10km de estrada com 27:01.
- Alex Korio (Quénia, 29 anos): fez 58:51 na Meia Maratona de Copenhaga, em 2017. Tem a 11.ª melhor marca mundial de sempre nos 10km de estrada (27.34).
- Jonathan Korir (Quénia, 32 anos): companheiro de treino de Kipchoge. Fez 2:06.51 na maratona de Amesterdão em 2018.
- Ronald Kwemoi (Quénia, 1995): um jovem de cross e pista queniano, que faz dez anos que deixou a escola porque não tinha dinheiro para financiar os estudos. Tem 3:28.21 noos 1 500 metros. Fez de lebre a Kiprop na tentativa falhada de ser recorde mundial em El Guerrouj.
- Bernard Lagat (Estados Unidos, 45 anos): uma lenda do desporto. Queniano nacionalizado norte-americano. 13 medalhas entre Mundiais (ao ar livre e pista coberta) e Jogos Olímpicos, incluída uma prata e um bronze em Atenas e Disney, em 1 500 metros. Bateu Kipchoge nos 5 000 metros de Osaka em 2007, onde foi ouro. Tem 3:26.34 em 1 500 meteros e 12:53.60 em 5 000 metros.
- Lopez Lomong (Estados Unidos, 34 anos): refugiado do Sudão do Sul nos Estados Unidos. Foi sequestrado pela guerrilha e escapou a correr durante três dias até à fronteira com o Quénia. Participou em dois Jogos Olímpicos. Tem 13:00.13 em 5 000 metros este anos nos Trials.
- Abdallah Mande (Uganda, 24 anos): possui um registo de 27:35 nos 10km, que fez este ano no Gabão. A 12.ª melhor marca do ano. Na meia maratona tem 60.14.
- Stewart McSweyn (Austrália, 24 anos): tem 3:31.18 nos 1 500 metros, embora alterne com os 3 000 obstáculos.
- Kota Murayama (Japão, 26 anos): participou nos Jogos Olímpicos em 2016 em 5 000 metros e 10 000 metros.
- Ronald Musagala (Uganda, 27 anos): vencedor da Diamond League pelas suas vitórias, deste ano, nos 1 500 metros do Mónaco, Paris e Burmingham. No principado conseguiu o recorde nacional com 3:30.58.
- Kaan Kigen Özbilen (Turquia, 33 anos): queniano com nacionalidade turca. Foi vice-campeão africano em 2006 nos 5 000 metros e 10 000 metros. Tem 2:05.27 na maratona deste ano de Roterdão.
- Jack Rayner (Austrália, 23 anos): ganhou a Meia Maratona da Commonwealth e tem 2:11.06 como melhor marca na maratona, distância em que se estreou o ano passado.
- Chala Regasa (Etiópia, 22 anos): ganhou os 10km de Valência, em janeiro, com 27:23.
- Brett Robinson (Austrália, 28 anos): esteve na final olímpica de 5 000 metros no Rio de Janeiro. Tem 2:10.55 na maratona, conseguidos este ano em Londres na sua estreia a nesta distância. Foi 13.º.
- Nicholas Rotich (Quénia, 22 anos): forma parte da equipa de treino de Kipchoge. Em Linz, também na Áustria, foi terceiro este ano com 2:11.24.
- Patrick Tiernan (Austrália, 25 anos): australiano a estudar nos Estados Unidos. Nos 10 000 metros tem uma marca de 27.29.
- Timothy Toroitich (Uganda, 28 anos): a sua melhor prova é 10 000 metros, com 27:21.09. Tem 61:16 na meia maratona. Em 2014, em Espanha, ganhou em Elgoibar, Soria e Alcobendas.
- Julien Wanders (Suíça, 23 anos): bateu o recorde europeu da meia maratona (59:13) e 10km (27:25) e o de 5 000 metros de estrada este ano (13:29). Treinou com os quenianos em Iten metade da temporada.