"A escolha do sítio e o interesse das marcas levam ao surgimento destes resultados"
O queniano Eliud Kipchoge, recordista mundial da maratona, correu hoje os 42,195 quilómetros em 1:59.40,2 horas, em Viena, numa corrida não oficial organizada para este efeito.
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Aos 34 anos, Eliud Kipchoge, recordista mundial da distância (02:01.39 horas na Maratona de Berlim, em 2018), foi o primeiro a baixar as duas horas para completar o desafio INEOS 1.59, promovido pelo gigante inglês da petroquímica, após ter falhado o objetivo por 26 segundos em maio de 2017, numa primeira tentativa realizada em Monza.
O campeão olímpico no Rio2016 foi o único protagonista do evento não oficial decorrido em Viena e destinado apenas para aquele efeito, mas a marca de 1:59.40,2 horas, que seria recorde mundial, não vai receber homologação da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), tal como sucedeu no circuito automobilístico italiano.
O circuito foi preparado para o efeito, cercado de árvores, para o proteger do vento, aliado à temperatura amena na capital austríaca.
Além dessas condições, Kipchoge começou a correr às 08:15 locais (07:15 em Portugal continental) atrás de um carro "corta-vento" e marcador de tempo, sendo acompanhado por 41 atletas de topo, que cumpriram a missão de "lebres" por turnos.
"Isto não acontece por acaso. A escolha do sítio e o interesse das marcas em valorizar o seu mercado levam ao surgimento destes resultados. É um feito extraordinário e uma forma de perceber até onde pode chegar o corpo humano", reconheceu à Lusa Carlos Lopes, campeão olímpico da maratona em LosAngeles1984.
O antigo recordista mundial salientou a solidez de Eliud Kipchoge, que cumpriu quatro vezes um circuito plano de 9,9 quilómetros a um ritmo constante de dois minutos e 50 segundos por quilómetro, numa velocidade de 21 quilómetros por hora.
"Só um atleta de grande nível e com um resultado na casa dos 25 minutos aos 10.000 metros consegue atingir este valor. De outra forma tinha muitas dúvidas em aceitar. Agora temos de perceber como estes resultados são feitos e valorizados e aguardar o futuro, verificando se não há nada mais por detrás disto", afirmou Carlos Lopes.