Menor resistência e luta no chão "travam" Anri Egutidze.
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O avançar do cronómetro no seu segundo combate nos Mundiais em Tashkent, em que encontrou um campeão mundial, o neerlandêds Noel Van T End, deixou o judoca português Anri Egutidze de "rastos" e fora de prova.
Egutidze, que no último ano trocou os -81 kg pelos -90 kg, admitiu que foi a resistência que o deixou esta segunda-feira fora dos Mundiais de Tashkent, num processo de mudança de categoria feito de passos firmes, mas em que ainda precisa de mais.
O judoca (47.º do mundo) entrou muito bem na 35.ª edição dos Mundiais, com uma vitória frente ao norte-americano John Jayne, acima de si no ranking mundial (28.º), mas ao segundo combate previa-se dificuldade máxima.
Egutidze, que nos últimos campeonatos foi medalha de bronze em -81 kg, iria encontrar o campeão mundial de -90 kg em 2019, e um judoca que tem quase 20 medalhas entre as competições de elite do circuito, Masters, Grand Slams e Grand Prix.
Este ano, já no Grand Slam de Ulan Bator, na Mongólia, em junho, o português tinha perdido com Van T End, mas desta vez, apesar de idêntico desfecho, tem a "consolação" de sentir que cresceu e foi mais capaz.
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"Senti-me completamente diferente, melhor na parte da força, mas quando o combate prolongou senti que ainda não tenho o ritmo", admitiu o judoca, acrescentando que confia física e tecnicamente nessa melhoria.
Num despique muito físico, Egutidze reconheceu a falta de força de braços, num combate em que teve dificuldades em fazer a pega - tentada ao longo de intensos quatro minutos -, procurando a alternativa de pés.
O judoca português tentou várias vezes varrer o neerlandês, mas no prolongamento foi T End a responder a uma tentativa de pega e a conseguir levar Egutidze para a luta no chão, no que parecia uma estratégia desde o início.
O cronómetro contava 1.48 minutos de prolongamento (5.48 de total de combate) quando o neerlandês concluiu o osaekomi (técnica de imobilização), com Egutidze sem possibilidade de sair da "armadilha" em que se viu preso junto ao tatami.
Ao quinto dia, o judoca foi o sexto português a competir nos Mundiais, depois de Catarina Costa (-48 kg), Rodrigue Lopes (-60 kg) e João Fernando (-81 kg), todos eliminados ao primeiro combate, e de Joana Diogo (-52 kg), com uma vitória e uma derrota.
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No domingo, Portugal alcançou a 14.ª medalha da história em Mundiais de judo, com Barbara Timo (-63 kg) a conquistar a medalha de bronze, depois de já ter sido prata já em 2019, em Tóquio, então a competir em -70 kg.
Em Tashkent faltam competir Jorge Fonseca, com o bicampeão mundial de -100 kg a entrar em ação na Humo Arena na terça-feira, enquanto Rochele Nunes fechará a participação lusa na quarta-feira, em +78 kg, sem que Portugal compita no dia seguinte na prova de equipas mistas.