Egutidze eliminado nos Mundiais: "Desilusão? Sim, o objetivo era lutar pelas medalhas"
"Faltou manter a força no golden score", disse o judoca português.
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O judoca português Anri Egutidze disse esta segunda-feira precisar de mais ritmo na categoria de -90 kg, depois de sentir que lhe faltou manter alguma força no combate em que foi eliminado nos Mundiais em Tashkent.
"Na Mongólia quase não conseguia puxar o braço dele com duas mãos, hoje conseguia com uma. Força não me faltou, o que faltou foi manter a força no golden score, a resistência. Nos -81 kg se calhar chegava, agora como são maiores, preciso de mais resistência", explicou no final o judoca.
Egutidze fazia a comparação entre o combate que realizou em junho no Grand Slam de Ulan Bator e que perdeu com o neerlandês Noel Van T End, o mesmo judoca que hoje o afastou no segundo combate em Tashkent e que foi campeão mundial em 2019.
O judoca português chegou a estes Mundiais depois de mudar de peso no último ano e de uma carreira quase toda feita em -81 kg, categoria em que tem uma medalha de bronze em Mundiais, no último ano em Budapeste, antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Talvez por isso admita que o resultado de hoje, em que venceu um combate e perdeu ao segundo, é de "desilusão".
"Desilusão? Sim. O objetivo era lutar pelas medalhas, porque no Mundial passado consegui medalha, nos -81 kg. Há sempre possibilidade de ganhar medalha, confio nisso", adiantou o judoca português.
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O segundo motivo para lhe custar mais esta derrota é por ter consciência de que está mais forte do que em Ulan Bator e sentir que, de facto, podia ter derrotado o favorito Noel Van T End.
"Comparado com aquela luta senti-me completamente diferente, senti-me muito melhor do que ele na parte da força, mas quando o combate se prolongou, senti que não tenho aquele ritmo ainda que os -90 kg precisam", justificou.
Para Egutidze o trabalho tem sido bem feito, argumentando com a utilidade do último estágio em Riccione, em Itália, numa preparação com atletas de topo, ficando agora a faltar a preparação para que a "caixa de ar" e a resistência durem mais.
Depois destes Mundiais o judoca projeta a participação dentro de duas semanas no Grand Slam de Abu Dhabi e diz que só ficará tranquilo quando voltar a subir ao pódio, não aceitando menos do que isso.
"Não aceito menos do que lutar pela medalha nas próximas competições. Não aceito? Quero dizer que o objetivo é lutar sempre pelas medalhas e não vou estar tranquilo se não o conseguir", disse.
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Ao quinto dia, o judoca foi o sexto português a competir nos Mundiais, depois de Catarina Costa (-48 kg), Rodrigue Lopes (-60 kg) e João Fernando (-81 kg), todos eliminados ao primeiro combate, e de Joana Diogo (-52 kg), com uma vitória e uma derrota.
No domingo, Portugal alcançou a 14.ª medalha da história em Mundiais de judo, com Barbara Timo (-63 kg) a conquistar a medalha de bronze, depois de já ter sido prata já em 2019, em Tóquio, então a competir em -70 kg.
Em Tashkent faltam competir Jorge Fonseca, com o bicampeão mundial de -100 kg a entrar em ação na Humo Arena na terça-feira, enquanto Rochele Nunes fechará a participação lusa na quarta-feira, em +78 kg, sem que Portugal compita no dia seguinte na prova de equipas mistas.