Primeira-ministra italiana: "Com esses níveis de testosterona não é uma competição igualitária"
Primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reagiu à polémica no boxe olímpico
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A pugilista italiana Angela Carini desistiu no combate com a argelina Imane Khelif ao fim de dois socos em 46 segundos e a polémica sobre a possibilidade de ser um atleta masculino ganhou outra dimensão internacional.
Khelif já tinha sido afastada do último Mundial de boxe após não superar os critérios de elegibilidade após teste de ADN, no qual apresentou cromossomas XY, mas foi autorizada a competir nos Jogos Olímpicos.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, já se manifestou repudiando o sucedido: "Com esses níveis de testosterona, esta não é uma competição igualitária. Atletas com atributos masculinos não deveriam ser permitidos em competições femininas."
A Federação de Pugilismo Italiana também já se manifestou em comunicado: "Um dos primeiros princípios que aprendi com a nobre arte e com os meus muitos amigos técnicos é que a vontade do atleta deve ser respeitada. Carini escolheu, numa primeira fase, lutar, embora embora muitos tivessem dúvidas. Fê-lo com coragem e determinação e com respeito pelos seus sonhos. No ringue, ainda escolheu livremente deixar de lutar. Em ambos os casos, a sua vontade foi respeitada. O facto é que, num futuro próximo, as coisas terão de mudar. Por isso, o meu empenho, enquanto candidato a Presidente, será ainda mais decisivo. Neste sentido, nos próximos Jogos Olímpicos, será necessário que o movimento internacional de boxe encontrar uma Federação reconhecida pelo COI, que seja responsável por implementar e fazer cumprir escrupulosamente as regras técnicas do boxe de competição. Estou extremamente convencido de que cada organismo desportivo deve exercer as tarefas atribuídas e repartidas pelo sistema jurídico internacional: em geral, o COI deve ocupar-se da promoção, do desenvolvimento e da coordenação do movimento olímpico, enquanto as federações internacionais da elaboração, aplicação e respeito das regras. Quando esta divisão de competências se rompe, podem surgir problemas e questões críticas na gestão das competições. Na ausência de uma federação internacional, talvez seja melhor não admitir a disciplina nos Jogos Olímpicos. Embora deva admitir que teria sido difícil suportar uma tal escolha feita contra o boxe. É por isso que espero que, já no final do ano, o problema esteja resolvido do reconhecimento de uma federação internacional para levar o boxe aos próximos Jogos Olímpicos, em Los Angeles 2028. Entretanto, continuaremos a trabalhar para o movimento do boxe italiano com a mesma intensidade e determinação. Certamente que o boxe italiano terá de contar nos processos de decisão e gestão que afetarão o destino da nobre arte a nível internacional."