Declarações do selecionador Gabriel Mendes.
Corpo do artigo
A seleção portuguesa de ciclismo de pista quer reforçar o contingente olímpico em Paris'2024, depois da inédita participação em Tóquio'2020, com Maria Martins, explicou à Lusa o selecionador, Gabriel Mendes.
Com um sistema "muito similar ao anterior", de qualificação para Tóquio'2020, a corrida aos Jogos Olímpicos, nas disciplinas de pista em que a endurance reina, e na qual Portugal aposta, há "condições de qualificar".
Para Paris'2024, contarão as Taças das Nações de 2022/23 e 2023/24, com um peso "enorme" dos Mundiais de 2023, os únicos que valem, com ponderação superior às outras corridas, além de terem um sistema de qualificação próprio, pelo "ranking" da UCI, mas também dois campeonatos continentais.
Com pouco mais de 20 vagas em jogo, algumas através da perseguição individual, outras pelo madison e ainda outras pelo omnium, a expectativa é que Portugal entre nos Jogos Olímpicos em masculinos, que por uma sucessão de azares ficaram à porta de Tóquio, e repita a presença de Maria Martins no feminino.
A jovem foi a pioneira do ciclismo de pista olímpico para o país, conseguindo no Velódromo de Izu um sétimo lugar, e diploma, que se junta a várias medalhas em Europeus e Mundiais.
O madison, uma "exigente" disciplina destinada a duplas, já trabalha no masculino, mas, no feminino, a expectativa é que surja sobretudo para o ciclo de apuramento para Los Angeles'2028, à medida que ciclistas como Daniela Campos vão subindo de nível.
"Estamos atrasados para entrar no madison competitivamente. Começámos a fazer um trabalho, com os juniores já vai mais intenso, para no outro ciclo já termos mulheres a trabalhar" na vertente, admite o selecionador.
De resto, o atual momento de Portugal, que desde 2010 somou mais de meia centena de medalhas internacionais, nos vários escalões, dentro de velódromos pelo mundo fora, deve-se a um processo iniciado com a construção do Velódromo Nacional, em Sangalhos, em 2009.
Se o sucesso dos últimos anos fica patente nos irmãos Ivo e Rui Oliveira, Iúri Leitão, "Tata" Martins e mesmo nos mais novos, com Daniela Campos a somar medalhas jovens, assim como Diogo Narciso, entre outros, o trabalho deve continuar "degrau a degrau".
Nos Europeus jovens em Anadia, que terminaram na terça-feira, Portugal teve "atletas a participar pela primeira vez", a "aprender a competir", para depois aprenderem a trabalhar "para ganhar", a caminho do "expoente máximo", os Jogos Olímpicos.
15033119