Portugal perde com Espanha na final do Europeu feminino de hóquei em patins
Portugal deu réplica, mas o troféu vai para Espanha
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A Espanha conquistou este sábado a 17.ª edição do Campeonato Europeu feminino de hóquei em patins, sagrando-se octacampeãs, ao vencer Portugal por um exagerado 7-2 na final da prova disputada no Pavilhão Rota dos Móveis, em Lordelo, Paredes.
As portuguesas, que até se adiantaram no marcador pela inevitável Marlene Sousa, deram réplica às campeãs europeias e mundiais, obrigando-as a aplicarem-se para confirmarem o seu favoritismo, traduzido em seis vitórias e nuns impressionantes 48 golos marcados e apenas três sofridos, no acumulado de jogos frente a Portugal.
Minutos depois de ter garantido a presença na final, Ricardo Barreiros insistiu na preparação cuidada para este Europeu e o previsível confronto final com a favorita Espanha, assumindo que isso passou até pela lista de eleitas.
Em rigor, o jogo foi bem diferente do primeiro confronto da fase de grupos, que se revelou um "passeio" para as espanholas, vencedoras por 8-1.
A agressividade do combinado luso colocada em cada lance mostrou, desde logo, a ambição de uma equipa que voltou a ter Marlene Sousa como uma das figuras maiores da seleção, bem evidente no golo inaugural, aos dois minutos, em lance individual concluído com um remate forte e colocado.
A avançada do Benfica quase repetiu a receita no minuto seguinte, mas a resposta das campeãs europeias e mundiais foi mais efetiva, com Aina Florenza a empatar.
O jogo manteve intensidade máxima, com as duas equipas a poderem marcar por diversas ocasiões, mas a exclusão momentânea de Marlene Sousa, aos nove minutos, inclinou o jogo até aí equilibrado para o lado das espanholas, felizes na forma como chegaram à vantagem, por Sanjurjo, nos instantes finais dos dois minutos de superioridade numérica.
Raquel Santos dispôs, depois, de uma excelente oportunidade para empatar, numa grande penalidade a castigar uma falta sobre Marlene Sousa, mas acertou na máscara da guarda-redes Anna Salvat.
Na resposta, aos 15 minutos, a avançada do Benfica Aimée Blackman fez o terceiro para a Espanha, aproveitando uma bola defendida por Sandra Coelho.
A felicidade da espanhola não fez espelho nos ataques de Beatriz Várzeas e Catarina Costa para Portugal, novamente penalizado aos 23 minutos, num desvio de Aina Florenza a remate de Victòria Porta.
O 4-1 ao intervalo era demasiado pesado para Portugal e o cenário ficou ainda pior depois do golo de Piquero no reatamento, aos 28 minutos.
Beatriz Várzeas reduziu cinco minutos depois, aos 32, e Marlene Sousa, pouco depois, ficou perto do terceiro e de relançar a discussão do resultado.
Portugal acabou a partida a jogar cinco para quatro, mas esta situação de risco custou-lhe mais dois golos, anotados por Aina Florenza, melhor marcadora da prova, com 12 golos, três deles na final, e Sanjurjo.
A seleção de hóquei em patins feminina de Espanha conquistou o nono título europeu, o oitavo de forma consecutiva, mas a vitória expressiva na final não traduz a réplica dada por Portugal.
As portuguesas tentavam quebrar um jejum de vitórias com 24 anos e até começaram a final da melhor forma, com o golo de Marlene Sousa, mas a experiência, qualidade e, também, felicidade das detentoras do título europeu e mundial acabaram por explicar os 7-2 finais, ainda que os dois últimos golos tenham acontecido na reta final, com Portugal a jogar sem guarda-redes.
"La Roja" fecha a 17.º edição só com vitórias e um registo de 48 golos marcados e apenas três sofridos frente a Portugal, que obteve a goleada da competição (24-0 diante da Inglaterra) e um percurso que esbarrou, por duas vezes, frente à favorita Espanha.
Em Lordelo, o pódio ficou completo pela Itália, após vencer no jogo das medalhas a França, por 4-1, repetindo, mas com mais folga, o triunfo alcançado na fase de grupos (5-3).
A ‘squadra azurra’ ambicionava o jogo do título e ainda ameaçou consegui-lo à custa de Portugal, numa meia-final suada para o combinado luso, que necessitou de recuperar de uma desvantagem de dois golos. Valeu a inspiração de Marlene Sousa, responsável por três dos quatro golos da vitória de Portugal por 4-3.
Numa competição em que prevaleceu a lei do mais forte, a surpresa nos jogos fora da discussão das medalhas foi protagonizada pela Suíça, segunda na fase de grupos, atrás da Alemanha, a quem venceu por 1-0 na atribuição do quinto e sexto lugares
Os Países Baixos, que surgiram em Lordelo como a seleção menos cotada, obrigaram a Inglaterra a trabalho extra, soçobrando somente no prolongamento, por 4-2, num jogo em que entraram a vencer e, ainda no tempo regulamentar, conseguiram anular a reviravolta e empatar.
No período extra, as inglesas tiraram partido do desgaste das neerlandesas para vencer, mesmo sem o brilhantismo da goleada por 5-0 na fase regular, e garantir o sétimo lugar final.

