
José Carmo / Global Imagens
Os olhos do internacional A português brilharam quando recordou o encontro em que os azuis e brancos espantaram o mundo do andebol, eliminando um colosso alemão na Taça EHF
António Areia, ponta direita do FC Porto, diz que a vitória sobre o Magdeburgo , em 2018/19, foi o ponto de viragem internacional. Nesse jogo (34-27) marcou oito golos.
Que mudou para o FC Porto jogar ao mais alto nível?
Nos primeiros anos tivemos algum azar, porque fizemos épocas incríveis, fases regulares fenomenais e no playoff, por azar, por pormenores, não seguimos em frente e possivelmente íamos ser campeões. Mas depois houve um clique, o do jogo com o Magdeburgo, em que parece que começamos a sentir que não íamos perder jogo nenhum até ao final da época ou dificilmente isso ia acontecer. Esse clique é importante porque nesse ano somos campeões, vamos à final-four da Taça EHF, ganhámos a Taça de Portugal... No ano seguinte jogámos a Liga dos Campeões, mantivemos a motivação e isso fez com que olhássemos olhos nos olhos qualquer grande equipa. Poderíamos ter feito coisas incríveis, mas depois a competição parou...
O jogo com o Magdeburgo é histórico para o andebol português?
Pelo menos para nós, FC Porto. É o jogo em que damos um passo à frente, o que define os últimos anos. Fizemos um jogo incrível lá, aqui chegamos a estar a ganhar por 12 e era uma equipa que na altura estava a liderar a Bundesliga.
A que pode aspirar o FC Porto?
Podemos aspirar a conquistar o que não conquistamos até hoje, como passar à fase seguinte, que não passamos Olhos do internacional A português brilharam quando recordou o encontro em que os azuis e brancos espantaram o mundo do andebol, eliminando um colosso alemão na Taça EHF "Pelo menos para nós, o Magdeburgo é histórico" até hoje. Não vou dizer de caras que temos a Liga dos Campeões para conquistar, porque antes disso ainda há mais uma fase para passar.
É importante manter os pés no chão?
É fundamental. Temos de ser humildes o suficiente para saber que temos coisas para melhorar. Mas, por outro lado, tendo consciência do nosso valor, que também nos tem levado a isto, temos de perceber que não é demasiado ambicioso querer passar os oitavos de final, aos quais chegamos no ano passado.
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No campeonato tem existido um grande equilíbrio entre as três equipas grandes, FC Porto, Benfica e Sporting. Sendo desta vez uma prova corrida, sem segunda fase, irá decidir-se nos duelos diretos?
Acredito que sim. Aliás, estamos os três só com vitórias porque ainda não jogamos entre nós. Nesses jogos obrigatoriamente alguém vai perder pontos. Acho que vai ser um bocado por aí, apesar de considerar que muitas vezes os campeonatos não se ganham contra as equipas teoricamente grandes, porque perder pontos contra as equipas mais acessíveis é que pode comprometer.
Como se consegue motivação para jogar com equipas mais fracas depois de jogos da Champions, ou contra Benfica e Sporting?
Nós jogamos com uma intensidade incrível contra um Sporting e um Benfica, ganhamos e ficamos todos contentes, mas isso não nos servirá de nada se depois formos perder contra equipas mais acessíveis.
Pelo que se tem visto, esse será um cenário difícil de acontecer...
Aparentemente não, mas os jogos não são todos iguais e um dia em que estejamos menos bem pode deitar tudo a perder. Este ano, a regularidade será de facto fundamental. Já era antes, mas agora mais, porque não há segunda fase, digamos que não há uma segunda oportunidade.
Isso significa terem a consciência da importância de todos os jogos?
Temos muito essa consciência e a prova é que, à parte o jogo com o Setúbal, temos entrado sempre com uma atitude incrível e conseguimos resolver os jogos nos primeiros 15/20 minutos. E mesmo em Setúbal chegamos estar a ganhar por oito bolas.
