Padrasto de Lance Armstrong recorda infância do ciclista: "Tratei-o como um animal"
Lance Armstrong não é conhecido por ter sido o ciclista mais simpático do mundo e as declarações do padrasto, agora tornadas públicas, podem explicar algumas atitudes do norte-americano. Terry Armstrong lamenta ter sido tão duro, mas diz que foi a chave para o sucesso no filho.
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Lance Armstrong foi vítima de maus tratos na infância e na adolescência por parte do padrasto e isso pode ter sido o rastilho para os comportamentos abusivos de que o ciclista foi protagonista ao longo da carreira. Pelo menos é isso que fica no ar no documentário da ESPN sobre a carreira do norte-americano.
A lenda do ciclismo internacional, que viu a carreira manchada após ser condenado por doping, revela na série documental que o padrasto, que classificou como uma pessoa "terrível", lhe batia por simples coisas como deixar uma gaveta aberta. "Eu deixava uma gaveta aberta e ele sacava da palmatória e batia-me", afirmou.
Lance nasceu quando a mãe tinha apenas 17 anos e, após uma separação dos pais biológicos, passou a viver com Terry Armstrong aos três anos. A partir dessa altura, o ciclista recebeu maus tratos e o padrasto diz que se arrepende de o ter tratado como um animal. No entanto, afirma também que o filho não teria sido um campeao se não fosse a educação que recebeu.
"O Lance não seria o campeão que é sem mim, porque fui eu que o levei a isso. Tratei-o como um animal, é a única coisa de que me arrependo. Transformei-o numa pessoa que quer ganhar a todo o custo", explicou.
"Não o abracei o suficiente, não lhe disse que o amava. Mas estive sempre lá, a treiná-lo e a puxar por ele. Só que não mostrei o amor que devia", acrescentou.
No documentário é também revelado uma história sobre a rebeldia e até alguma intimidação do então jovem atleta, Rick Crawford, antigo treinador de triatlo de Lance, diz que emprestou uma mota a Armstrong e que o norte-americano não a devolveu a tempo e a deixou em mau estado. Quando confrontou a mãe com o que se tinha passado, a progenitora explicou que não tinha autoridade sobre ele.