Ole Rahmel em entrevista: "Para os adeptos, o Benfica é uma espécie de religião"
Depois de uma carreira feita na Alemanha, o andebolista está a cumprir a segunda temporada nos encarnados e mostra-se encantado com o clube, a cidade e o país.
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Simpático, bom conversador, Ole Rahmel falou em exclusivo a O JOGO. Explicou como funcionam os clubes de andebol na Alemanha e também abordou o facto de em Portugal o ter muitas modalidades ser algo muito comum. Adora Lisboa, gosta mais do norte do que do sul e destaca o Gerês.
Depois de toda a carreira feita na Alemanha, o que o fez mudar-se, na temporada passada, para o Benfica? -A maioria dos clubes da primeira liga na Alemanha só tem andebol. Por isso, diria que funcionam mais como pequenas famílias, todos se conhecem, é uma pequena comunidade em que se tenta ter o maior sucesso nesse círculo restrito. No Benfica é tudo maior, existem diferentes desportos, onde cada um tenta ser o mais eficaz e o melhor na respetiva modalidade.
O Benfica é um clube de enorme dimensão, eclético. O que lhe parece esta forma de clube?
-Como disse, os clubes na Alemanha estão focados no andebol e isso pode ser uma vantagem. Mas, por outro lado, o Benfica é um grande clube, com muitas modalidades e todos podemos aprender uns com os outros, com outros métodos de treino e ajudarmo-nos mutuamente. Pode ser uma vantagem em comparação com os clubes alemães.
O que significa para si o Benfica?
-Se me tivesse perguntado isso antes de vir para Portugal, enquanto cidadão alemão e atleta no ativo, dizia que já tinha ouvido falar do Benfica por causa do futebol, como um dos melhores clubes da Europa. No entanto, estando cá, apercebi-me de que significa muito mais do que isso. Para os adeptos, é uma espécie de religião, apoiam o clube quando e onde quer que seja. Isso impressionou-me, pois não estava habituado a tanta energia em redor de um clube.
Sente-se bem no Benfica, em Lisboa, foi bem acolhido?
-Gosto bastante de morar em Lisboa e de jogar no Benfica. Tem sido um ano e meio fantástico, eu e a minha namorada somos muito felizes aqui. Estamos a desfrutar da oportunidade.
O que mais gosta em Lisboa?
-Acho Lisboa uma cidade fantástica por causa da grande diversidade que tem, com muitas coisas diferentes para fazer. Podemos ver a tradição portuguesa em cada esquina, desfrutar de muitas coisas deliciosas.
Já teve oportunidade de conhecer outros lugares do país?
-Temos visitado o sul e o norte do país. Eu prefiro o norte, sobretudo o Parque Nacional do Gerês, onde contactámos com uma natureza espetacular que não esperávamos ver em Portugal. As pessoas são muito amistosas, a comida é boa e tudo fez com que fosse especial visitar o Gerês. Portugal é um país muito variado, com praias e arribas maravilhosas.
Qual é o maior sonho que tem para cumprir no andebol?
-Tenho o desejo, e o sonho, de ver o pavilhão cheio num grande jogo, ter um enorme apoio e sentir essa grande energia das pessoas. Isso poderia ser um momento maravilhoso e que adoraria viver. Gostaria muito de ter essa experiência.