O Sporting parte como campeão, houve sorteio puro, mudanças nas regras e chegaram mais 13 estrangeiros - só o quarteto candidato recebeu sete, entre eles campeões de Espanha e Itália
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Com o fim do sorteio condicionado, a pedido da maioria dos clubes, o campeonato regressou ao modelo normal, prometendo antecipar decisões e ditando ironicamente, logo na primeira jornada, um clássico entre candidatos ao título. O campeão Sporting (com Pedro Gil e Gonzalo Romero em dúvida por lesão) recebe amanhã o Benfica (com Carlos Nicolia e Lucas Ordoñez também a recuperar de lesão), às 15h00, e terá de decidir quem exclui, uma vez que optou por um plantel de 12 jogadores, quando confrontado com a proposta federativa (não vingou) de um campeonato dividido em duas fases e mais 14 jornadas.
A época, que arranca hoje ainda temendo os efeitos das advertências introduzidas pelas alterações às regras e pelo número crescente de bolas paradas (jogo da Supertaça contou dez), reserva nos próximos dias o grau máximo de dificuldade e mais clássicos: Benfica-FC Porto na quarta ronda e Sporting-FC Porto na sétima. Este será a reedição do jogo que deu o título aos leões na penúltima jornada do último campeonato e que selou três décadas de jejum para a equipa de Alvalade. Os dragões falharam aqui a revalidação depois de uma reta final apagada, revelando as marcas deixadas pela final europeia perdida em casa para o Barcelona. O FC Porto foi terceiro, o que não acontecia desde 2013/14 (e antes disso só em 2000/01), atrás do Benfica, o qual andou seis jornadas na frente, cedendo a liderança com o empate em Valongo, a oito rondas do fim.
Dérbi: o campeão Sporting recebe o Benfica este domingo, às 15h00
A luta pelo título foi prematuramente abandonada pela Oliveirense: três empates em dezembro (Viana, Benfica e Turquel) e três derrotas em janeiro (FC Porto, Sporting e Valongo) foram fatais e a equipa acabaria por mudar de treinador em abril, depois dos desaires com Tomar e Paço de Arcos. Saiu Tó Neves e entrou Renato Garrido para defender o quarto posto - o último acesso à Liga Europeia 2018/19 -, deixando o Juventude de Viana, onde André Azevedo se estreia como técnico, ao antecipar o fim da carreira devido a uma grave lesão ocular.
Tomar, Turquel e HC Braga também têm novo treinador, com os minhotos a substituírem Vítor Silva por Rui Neto, selecionador nacional entre 2009 e 2013 e vice-campeão pelo Viana em 2008/09 e 2009/10.
Reforços: na I Divisão vão jogar 25 estrangeiros e mais de metade (13) chegou este ano
Este campeonato terá de novo Riba d"Ave e Oeiras, mais o estreante Marinhense, trio que ocupa os lugares dos despromovidos Valença, Infante de Sagres e Grândola, mas o que torna esta uma época inigualável é o número recorde de estrangeiros, que chega aos 25 com a entrada de mais 13. Destaque para Raúl Marin (Sporting) e Marc Torra (Oliveirense) - um avançado que foi campeão nacional pelo Benfica em 2015/16 -, ambos campeões europeus pelo Reus em 2016/17; Lucas Ordoñez (Benfica) e Xavier Barroso (Oliveirense), atuais campeões europeus pelo Barcelona; Giullio Cocco, campeão italiano (FC Porto); e Conti Acevedo, guarda-redes internacional argentino campeão do seu país pelo Concepción (HC Braga).
Entre os estrangeiros que vão disputar a I Divisão, o internacional Remi Herman, da Juventude de Viana, é o único francês, mas a sua presença vem evidenciar a evolução dos gauleses nos últimos anos, pois têm também jogadores na OK Liga, o campeonato espanhol, para onde se transferiram João Rodrigues e Tiago Rafael (Benfica). O avançado, capitão da Seleção Nacional, joga no Barcelona (campeão de Espanha), sendo apenas o segundo português, após Carlos Realista (anos 80), a vestir a camisola azul-grená, e o médio é reforço do Reus, terceiro na OK Liga 2017/18.