"O amor ao Sporting é por pequenas coisas. Quando rompi o tendão de Aquiles..."
ENTREVISTA - Pedro Solha, ponta esquerda, 149 internacionalizações, acabou carreira no Belenenses, onde fez as duas últimas temporadas, mas foram os leões que o marcaram para a vida.
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Pedro Solha, de 39 anos, terminou a carreira. Foi no Palácio de Cristal, perto do local onde nasceu, a maternidade Júlio Dinis, no Porto, que conversou com O JOGO. Acabou no Belenenses, mas começou no Águas Santas e passou por FC Porto e Sporting.
Como começou a carreira?
-Tornei-me profissional aos 17 anos, tenho 39, são 22 anos de carreira profissional.
Tornou-se profissional no Águas Santas?
-Sim, com 18 anos.
E como surgiu o andebol?
-Foi uma influência de família. O meu padrinho, Vítor Ferreira, já jogava, depois o meu irmão [Miguel], eu também tinha os meus amigos todos a jogar no Águas Santas, onde vivi sempre até ir para Lisboa, e comecei a ir e a gostar.
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O andebol foi amor à primeira vista?
-Posso dizer que sim, até porque antes ainda tentei o futebol, no FC Porto, cheguei a ir às escolinhas. Gostava de jogar, até diziam que tinha algum jeito, mas sempre foi mais o andebol. Era a família, os amigos, o clube da terra onde morava, comecei a jogar com nove e acabei com 39.
Foi feliz como atleta?
-Muito feliz. Houve alturas em que tive de dar um passo atrás para dar dois à frente. Foi o que aconteceu quando saí do FC Porto e voltei para o Águas Santas. Costuma-se dizer que o bom filho à casa torna e foi no Águas Santas que encontrei a minha recuperação. Fiz um ano no clube e depois tive a proposta do Sporting, onde fiquei dez anos.
Recorda o momento mais marcante da carreira?
-Tive um muito marcante, quando ganhei a Taça de Portugal pelo Águas Santas. Tinha 18 anos e joguei as "meias" e a final. E depois o primeiro título que ganhei pelo Sporting, a Taça Challenge, num pavilhão a abarrotar. Foi incrível.
E foi o melhor marcador dessa prova...
-Fui, mas só soube no final, foi uma jornalista que me disse. Depois, o primeiro campeonato pelo Sporting. Já tinha ganho a Taça de Portugal e a Supertaça pelo FC Porto e pelo Sporting, Taça de Portugal pelo Águas Santas e o campeonato era o único título que me faltava.
Acabou por ganhar dois!
-Sim. Foram dois, fui bicampeão. No primeiro ano fiz uma rotura do tendão de Aquiles, foi um momento mau e se calhar o amor que tenho pelo Sporting tem muito a ver com isso, porque mesmo assim ainda renovaram comigo, mantive-me e fui bicampeão. Isso são pequenas coisas que fazem a diferença. Tive uma carreira recheada, títulos coletivos e individuais.