"Nunca imaginei que isto fosse realidade. Prometi uma tatuagem sem pensar fazê-la"
Aos 33 anos, Fábio Magalhães, primeira linha do FC Porto, já é o segundo mais internacional de sempre e com os jogos de Tóquio ameaçará o recorde de Eduardo Filipe. Mas o seu pensamento vai para um desafio único
Corpo do artigo
Fábio Magalhães teve na época passada a mais intensa da sua vida, ao fazer 64 jogos, entre os 49 pelo FC Porto e 15 pela Seleção Nacional. A atual, iniciada mais cedo, pode ser ainda mais preenchida, pois fez esta semana um primeiro jogo pela seleção (frente ao Brasil) e terá na próxima mais dois com a Espanha, preparando os Jogos Olímpicos.
Já com 254 internacionalizações, e a caminho do recorde de 271 de Eduardo Filipe, recomeçou os treinos animado por estar perante um dos desafios mais inesperados da vida. Ser olímpico não entrava nas contas. "Claramente, não!", exclama.
"O que tenho dito, em tantos anos que aqui andei, é que nunca imaginei que isto fosse uma realidade. Mas temos trabalhado para isso e, nos últimos anos, provamos ter valor para estar nestes palcos", diz, fazendo uma confissão a O JOGO: "O sonho de ser olímpico existia. Sempre disse que se um dia fosse aos Jogos faria uma tatuagem. Mas dizia isso a pensar que nunca iria...".
Em Tóquio, e perante Egito, Barém, Suécia, Dinamarca e Japão, Magalhães considera que Portugal "pode lutar de igual para igual com todos e ambicionar ir longe". "É passar a fase de grupos e depois pensar jogo a jogo", acrescenta, sinalizando a ambição: "Muitos podem pensar que as medalhas são um sonho impossível, mas para mim já era impossível ir aos Jogos Olímpicos. Por isso, temos de pensar que as medalhas são possíveis". É essa a filosofia do selecionador, Paulo Jorge Pereira, e o lateral esquerdo lembra que "esse é um dos grandes méritos do professor Paulo, faz-nos acreditar no nosso valor".