Norberto Mourão: "Medalha de bronze? É uma alegria imensa, não estava preparado..."
Atleta português de canoagem adaptada completou a regata em VL2 200 metros, que o levou ao terceiro lugar do pódio em Copenhaga, em 56,54 segundos
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O paracanoísta Norberto Mourão assumiu, esta sexta-feira, a "alegria imensa" pela conquista da medalha de bronze nos Mundiais de canoagem, numa época marcada pelo bronze nos Jogos Paralímpicos Tóquio'2020.
"É uma alegria imensa. Sabia que ia ser muito difícil. Não estava preparado para esta prova, pois tive de descansar após Tóquio e isso notou-se na parte final", assumiu o atual campeão da Europa.
Sob chuva contínua, Mourão fez a regata em 56,54 segundos, a 2,60 segundos do brasileiro Fernando Paulo, que bateu o espanhol Higinio Rivero por 2,28 segundos.
"Estávamos todos muito iguais. Foi um estoiro brutal. Acabei mesmo no limite. Fantástica esta medalha. Fui pódio em todas as provas internacionais este ano, o sonho de qualquer atleta", regozijou-se.
Norberto Mourão arrancou "forte, para tentar resistir na parte final", na qual perdeu um pouco de terreno: "Infelizmente, fui passado por um adversário mesmo no fim, mas ainda assim deu para o pódio. É para isso que trabalhamos. Sermos o melhor possível".
O seu treinador, Ivo Quendera, destacou a "super-pessoa" que Norberto Mourão é e lembrou a "grande garra, dinâmica e coração" do desportista de 40 anos de idade.
"Acima de tudo, o Norberto tem sempre uma mensagem de motivação para todos nós, não só para os atletas, como para as pessoas com dificuldades ou que tenham passado por momentos complicados. Lembra a todos que há sempre o dia de amanhã. Mesmo que a vida pareça complicada, há que continuar. É dos momentos complicados que saem os bons", elucidou.
Teresa Portela congratulou-se com a qualificação para as finais de K1 200 e 500 metros, até pelo facto de não conseguir esta "dobradinha" em Mundiais desde 2017.
"Não o consegui nos Jogos Olímpicos, pelo que estou extremamente contente pelo facto de o ter feito agora. É a melhor forma de terminar este ciclo olímpico", considerou.
Quanto a resultados, assume que "é difícil lutar pelas medalhas", pelo que um "top 5" é um resultado que lhe agradaria. "As minhas adversárias estão muito fortes, mas sinto que faço parte de um lote especial de canoístas, por isso é que qualquer resultado me vai deixar orgulhosa", completou a sétima classificada em K1 500 e 10.ª em K1 200 em Tóquio'2020.
Kevin Santos estava "muito satisfeito" com a sua primeira final num Mundial, em K1 200, garantindo que na regata decisiva "tudo é possível".
"O nono lugar já está garantido, pelo que tudo o que vier já será bom. É uma sensação fantástica poder estar entre os melhores do Mundo", acrescentou o canoísta que também competiu em K4 500, com o qual atingiu a final B.
Francisca Laia e Maria Rei também vão à final B de K2 500 metros - vão à regata das medalhas nos 200 metros - depois de uma prova "muito exigente para quem só tem duas semanas de trabalho conjunto".