Nocentini despede-se, elogia W52-FC Porto e vê Tavira melhor sem o Sporting
Rinaldo Nocentini diz adeus à modalidade e faz um balanço de carreira a O JOGO. Na despedida, foi tão frontal como craque a pedalar
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Como noticiado por O JOGO em junho, a parceria do Sporting e do Clube de Ciclismo de Tavira não será renovada e Nocentini, bandeira de Bruno de Carvalho quando os leões voltaram à modalidade, em 2016, analisa a mudança.
Portugal foi uma boa experiência?
Penso que estive bem. Fui segundo numa Volta ao Alentejo, ganhei o Joaquim Agostinho e fui quarto na Volta a Portugal. Gostei de todos, a estrutura era boa. Houve sempre muito apoio dos adeptos.
Sentiu uma pressão maior pelo facto de o Sporting estar no projeto?
Houve pressão, já que o Sporting é um grande. Acho que a maior pressão acontecia na Volta a Portugal.
O Tavira fica a perder com a saída do Sporting?
Sinceramente, a saída do Sporting pode ser positiva. O clube dá visibilidade, porque tem muitas modalidades e é um grande no futebol; poderia dar uma tranquilidade financeira, mas também acaba por pressionar mais. Penso que o Tavira ganha com a situação.
"A saída do Sporting pode ser positiva. O clube dá visibilidade, porque tem muitas modalidades e é um grande no futebol; poderia dar uma tranquilidade financeira, mas também acaba por pressionar mais"
Esperava acabar a carreira em Portugal?
Pensava acabar a carreira em 2015. Soube do interesse do Sporting em novembro desse ano e nem me consciencializei. Pensei ficar um ano e acabei por ficar quatro [risos].
E o que falta ao Tavira para vencer a Volta a Portugal?
Esperava que o Frederico Figueiredo, o Tiago Machado e o Marque pudessem lutar este ano. Em 2018, fizemos segundo com o Jóni Brandão [agora na Efapel]. Contudo, a W52-FC Porto estava muito forte. Têm uma excelente organização e conseguem, por exemplo, colocar todos os ciclistas em altitude em vários períodos.
Há grandes diferenças de Portugal para o World Tour?
É um ciclismo à parte. Portugal está a crescer, mas falta acesso a outras corridas e outro investimento. Não sei como os outros diretores desportivos trabalham, mas Vidal Fitas foi um grande profissional. Percebe muito da modalidade e foi um dos grandes responsáveis pela minha continuidade.
Sente que o país está conotado internacionalmente com o doping?
Agora já não se fala muito do doping. O ciclismo está limpo e muito mudado. Alguns fazem erros e estragam, mas não é nada organizado. Quando se fala do doping em Portugal, é porque não se entende o sucesso dos portugueses na Volta. A questão é que os ciclistas portugueses estão todos na melhor forma em agosto.
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