"Nem os comentadores acreditavam, aquilo com a Suécia foi o fim da macacada"
O JOGO fez três questões a Rui Rocha, antigo internacional A português de andebol, agora médico ortopedista.
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1 O que sente um antigo internacional português ao ver um jogo como o Portugal-Suécia?
-Senti alegria, uma alegria enorme; senti orgulho, nem sei bem porquê, porque já não faço parte, mas acho que senti orgulho por Portugal e saudades. Senti, também, que esta equipa pode ir mais longe do que nós fomos [7.º lugar no Croácia"2000]. É que eles jogam um andebol bonito, extraordinário mesmo. Não é só ganhar, é vencer e convencer. Nem os comentadores da televisão acreditavam, aquilo com a Suécia foi o fim da macacada.
2 A sua Seleção Nacional estava considerada a melhor de sempre. Que tem esta de diferente?
-Esta equipa é muito mais forte fisicamente, tem mais opções de primeira linha. Nós tínhamos grandes jogadores, como o Resende, o Eduardo Filipe, o Tchikoulaev ou o Filipe Cruz, mas eles agora têm mais soluções. Além disso, há muito tempo que não via os pontas arriscar com pouco ângulo. Tecnicamente, as equipas do meu tempo e esta são semelhantes, mas fisicamente esta é muito mais forte. Também tínhamos um grande guarda-redes, mas agora temos o Quintana, que fecha a baliza. Ele vai buscar bolas incríveis, parece que tem íman. Já agora, não estou nada de acordo com a teoria de que um grande jogador nos anos 40 ou 50 não seria agora um grande jogador, como acho que os de agora seriam em outros tempos. Os grandes jogadores são sempre grandes jogadores, independentemente do tempo. O que muda são os conceitos e, se no meu tempo a seleção tinha a base do ABC, num estilo de jogo russo, esta tem um grande contributo do FC Porto e um modelo mais nórdico. É o que parece, que vi os jogos todos.
3 Até onde pode chegar Portugal neste Europeu?
-Eu sei que ir à final é difícil, mas depois do jogo desta sexta-feira espero tudo. Se não vier tudo, que façam melhor do que o nosso sétimo lugar na Croácia. Aliás, se não o fizerem já, são grandes na mesma e, mais cedo ou mais tarde, irão fazê-lo, tenho a certeza. Já agora, aproveito para mandar um abraço ao Paulo Jorge, que foi o meu último treinador, e desejar a todos a melhor sorte.
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