"Não pretendo dar high-fives a mais ninguém o resto da vida depois desta merda"

Com 35 anos, LeBron James preparava-se para regressar ao play-off da NBA - os Lakers já estavam matematicamente apurados - até que a pandemia do coronavírus suspendeu a liga norte-americana, a 13 de março, após o positivo de Rudy Gobert.

Pela primeira vez, no "Road Trippin"Podcast" dos antigos colegas Richard Jefferson e Channing Frye e lançado na plataforma "Uninterrupted" na quinta-feira, o King abordou a paragem forçada.

"O meu corpo diz: "Olá homem, que raio se passa? É 13 de março, estás a preparar-te para o play-off, porque é que paraste agora?". Estava ali a dobrar a esquina, a preparar-me para a pós-temporada", contou a estrela da equipa de Los Angeles, que deixou algumas ideias sobre como deve a NBA recomeçar.

"Não se pode ir diretamente para o play-off, isso desacreditaria os 60 jogos em que os jogadores lutaram para ocupar o lugar que ocupam. Creio que devia haver talvez uma e meia ou dias semanas de um pequeno campo de treino, e logo a seguir cinco a 10 jogos para preparar o play-off. Se estamos a falar de terminar a temporada nem precisas de tanto", defendeu.

Quando a Covid-19 ainda era apenas uma ameaça, LeBron afirmou que se recusaria jogar à porta fechada, desculpando-se mais tarde por essas declarações. Agora voltou ao tema: "O que significa o desporto sem o adepto? Não há emoção. Não há choros. Não há alegrias. Não há ir e voltar. Não há razão para que queiras bater a equipa visitada pelos seus seguidores ou vice-versa".

Em tom irónico, o jogador disse ainda que não pretende voltar a distribuir high-fives, sugerindo que tem novas formas de cumprimento na forja para trocar com os companheiros de equipa. "Não pretendo dar high-fives a mais ninguém o resto da vida depois desta merda. Nada de high-fives. Depois desta merda do corona? Espera para ver os apertos de mão entre mim e os meus colegas depois desta merda."