"Não deixei de ser do Sporting, mas o que eu mais queria era ganhar a Taça"
Nuno Lopes, treinador do Sporting de Tomar, explicou a O JOGO o que se foi moldando no clube ribatejano até chegar à conquista da Taça de Portugal em hóquei em patins.
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Sobre uma final de Taça de Portugal de hóquei em patins acalorada, nada melhor do que se ficar a conhecer as primeiras palavras de Alejandro Dominguez, treinador do Sporting, dirigidas a Nuno Lopes após o final do encontro. "Disse-me que estava feliz por mim porque sabia o que significava ganhar um título num clube como o Sporting de Tomar", revelou o técnico dos tomarenses, depois da conquista do primeiro troféu do clube ribatejano.
"É boa pessoa, muito afável, pelo menos comigo sempre foi", referiu Lopes sobre o espanhol, deixando depois escapar algumas curiosidades: "Quando, no Sporting, ganhámos a Taça CERS, em Igualada, frente ao Réus, o treinador deles era o Alejandro Dominguez e nessa equipa também estava o Matias Platero, que, tal como no domingo, também falhou um penálti".
Coincidências da vida, neste caso desportiva, contadas por um treinador feliz após conquistar a Taça de Portugal frente ao clube do coração. "Toda a gente sabe que sou do Sporting, sei do carinho que muitos sportinguistas têm por mim, mas nem pensei nisso. A partir de certa altura, em que comecei a levar o hóquei bem mais a sério, tive de começar a esquecer essas coisas. É evidente que não deixei de ser do Sporting, mas o que eu mais queria era ganhar a Taça de Portugal para o Sporting de Tomar", reconheceu.
"Acima de tudo mudou a mentalidade. Foi determinante assumirmos que treinávamos de manhã e termos conseguido encontrar atletas que tivessem essa disponibilidade. Treinamos das 9 às 13 horas, todos os dias", explicou este alentejano a viver na Marinha Grande desde os 13 anos. "De tarde não treinamos. Os atletas precisam da tarde para o seu complemento financeiro. A maioria são formados, têm formação académica, mas, pela estrutura algo profissional que ali implementámos, temos vindo a crescer", justificou ainda, revelando: "Analisamos muito, corrigimos muito o nosso jogo e olhamos sempre o adversário olhos nos olhos, para o atacar, não para jogar no erro. Claro que hoje é fácil dizer isto, mas o sucesso está em acordar e disponibilizar a mente para trabalhar".
A terminar, uma boa dose de motivação: "Não somos candidatos a títulos, mas somos candidatos a lutar pela vitória com o Sporting, agora no início do play-off, e a passar a eliminatória. Quem joga para ganhar arrisca-se a isso e já não podemos andar para trás".
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