Maiorquino recusa-se a levar mais injeções anestesiantes para atuar no court britânico, entre 27 de junho e 10 de julho
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Decidido a abdicar de injeções anestesiantes no pé esquerdo, recebidas em dias de jogo durante a disputa de Roland Garros, de forma a não sentir uma antiga dor crónica, Rafael Nadal iniciou, esta semana, um tratamento através de radiofrequência.
O tenista maiorquino, que venceu, pela 14.ª vez, o major gaulês, ampliando o estatuto de lenda na terra batida, em Paris, iniciou o procedimento médico, em Barcelona, tendo regressado à "sua" Palma de Maiorca sob o apoio de duas muletas.
Questionado por jornalistas, sobre a eficácia do tratamento, à chegada à região insular espanhol, Nadal não se alongou: "Veremos dentro de alguns dias", respondeu o quarto melhor tenista mundial, com um pequeno sorriso no rosto perante as câmaras.
O maiorquino, 36 anos, competiu em Paris sem sentir o pé esquerdo, graças a injeções recebidas em dias de jogo, para olvidar uma dor crónica, pelo que foi eliminando adversários, até à 14.ª presença na final da prova, com um dos apoios dormentes.
Por força dessa debilidade física, que originou rumores sobre uma possível retirada da estrela espanhola, Nadal, recusando-se a levar mais injeções, apontou uma condição para voltar ao court e tentar arrebatar o recordista 23.º título da longa carreira.
"Se o meu corpo estiver preparado, estarei em Wimbledon. Não é um torneio que queira falhar, é prioritário. Se puder jogar com anti-inflamatórios, sim [estarei presente]. Não quero ter de jogar com injeções anestesiantes outra vez. Pode acontecer uma vez [como em Paris], mas não é uma filosofia de vida que queira seguir", afirmou o maiorquino, que se submeteu à toma de injeções, dadas pelo médico pessoal Ángel Ruiz Cotorro, porque, laconicamente, "Roland Garros é Roland Garros".
A débil situação física de Nadal é já antiga. Em janeiro passado, após mais de meio ano de paragem e conquistar o Open da Austrália, e fixar um recorde de títulos no Grand Slam (22), o espanhol admitiu jogar frequentemente à base de anestesias.
"Tenho uma lesão crónica e incurável, é parte do meu dia-a-dia e ainda mais quando jogo encontros longos", salientara Nadal, depois de perder com o jovem prodígio e compatriota Carlos Alcaraz, nos quartos-de-final do Masters 1000 de Madrid.
O maiorquino sofre, desde os 18 anos, de osteonecrose do osso navicular, também conhecida como síndrome de Muller-Weiss. Esta condição rara afeta um osso do pé e causa dores crónicas. A ida a Wimbledon é, por isso, vista com algumas reservas.